Mais de 250 pessoas participaram da palestra do pesquisador e produtor rural suíço Ernst Götsch no 3º Conexão Agro – Agricultura Sintrópica na quinta-feira (28), no auditório Milton Alcover, da Sociedade Rural do Paraná (SRP). O evento, promovido pelo portal Conexão Agro, prossegue com o curso teórico e prático, nesta sexta-feira e sábado, na Terra Planta Orgânicos, Fazenda Santa Rosa, em Sabáudia.
Na palestra, Ernst falou para um público que veio especialmente para conhecer a sua técnica. Além de 20 municípios paranaenses e seis estados (Maranhão, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), o evento atraiu pessoas dos Estados Unidos e Alemanha, que vieram especialmente para o Brasil para participar do evento.
Referência internacional, Ernst foi recebido pelo público efusivamente e palestrou por cerca de duas horas e, ao final, respondeu dúvidas dos participantes.
O evento foi aberto com palestras do produtor rural Eduardo Carriça, da Terra Planta Orgânicos, e o extensionista Felipe Freitas, da Emater, que apresentaram dados do setor no Paraná. Em seguida, Ernst falou sobre a sua experiência na agricultura sintrópica, sistema criado por ele.
O pesquisador suíço, que mora no sul da Bahia há 37 anos, desmistifica a ideia de que a agricultura sintrópica não pode ser desenvolvida em larga escala. Ele apresentou sua experiência bem-sucedida de plantio de cacau em grande área.
Na manhã desta sexta-feira, começaram as aulas teóricas e práticas na Fazenda Santa Rosa para um grupo de 50 pessoas, que ficarão por dois dias imersos nos conceitos sintrópicos.
Trajetória
Ernst chegou ao Brasil em 1982 e, dois anos depois, foi morar numa fazenda no sul da Bahia. A área de 500 hectares era totalmente improdutiva pelo corte de madeira, cultivo de mandioca sem rotação de cultura, criação de suínos nas baixadas e formação de pastagem com a prática de queimada às margens da estrada que corta a propriedade.
As respostas que o pesquisador buscava, quando estudava melhoramento genético para tornar as plantas mais resistentes às pragas e doenças, ainda na década de 1970, na Suíça e Alemanha, obteve ao alcançar alta produtividade em grande variedade de espécies vegetais em meio a floresta.
A Mata Atlântica na propriedade se recompôs com todas as suas caraterísticas de flora e fauna. Hoje, são cerca de 410 hectares de área reflorestada, dos quais 350 foram transformados em Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), além de 120 hectares de Reserva Legal.
Para se ter uma ideia dos resultados obtidos por Ernst, 14 nascentes ressurgiram e a fazenda que se chamava “Fazenda Fugidos da Terra Seca” recebe, hoje, o nome de “Fazenda Olhos D’Água”.
O evento conta com apoio da Terra Planta Orgânicos – Fazenda Santa Rosa, Movimento de Agroflorestores de Inclusão Sintrópica (MAIS), Sociedade Rural do Paraná (SRP), Sindicato Rural Patronal de Londrina, Sistema FAEP/Senar, Maxorgan, Domene Agro, Emagritec Sul e Rádio UEL FM.
