quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Agronegócio

Brasil é o mais preparado para suprir demanda mundial

O Brasil tem potencial para produzir 300 milhões de toneladas de grãos até 2025. Uma realidade que não está tão longe assim, mas que dependerá de estratégias que tornarão o país o protagonista na produção e exportação de alimentos para o mundo.

Entre os que fazem esta previsão está  o representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), no Brasil, Alan Bojanic, que participou segunda-feira (9), do 3º Fórum do Agronegócio, realizado durante a 58ª edição da Feira Agropecuária e Industrial de Londrina (ExpoLondrina 2018).

 O evento reuniu lideranças do setor, que discutiram os principais desafios, mostrando a atual realidade do setor e propondo caminhos para fortalecer a agricultura, pecuária e floresta em processos de gestão sustentável.

Levando em conta a crescente demanda por alimentos para uma população global estimada em 9,8 bilhões de pessoas em 2050, a estimativa da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), é que o Brasil eleve sua produção em 40% até 2019.

Os números foram apresentados por Alan Bojanic, que fez uma análise da evolução da demanda por alimentos.  E lembrou que o objetivo das atividades da FAO é alcançar a segurança alimentar para todos e garantir que as pessoas tenham acesso a alimentos saudáveis.

 “A população será urbana e, para alimentar essa população, a produção de alimentos deverá dobrar”, disse.

Segundo ele, o aumento da produção continuará a vir principalmente dos ganhos em produtividade, e é possível atingir esse aumento de maneira sustentável com as tecnologias existentes no país.

“O Brasil precisa exportar esta tecnologia para o mundo”, afirmou Bojanic.

O ex-ministro da Agricultura e Abastecimento (2003/2006), Roberto Rodrigues, que é coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, destacou o crescimento do país nos últimos 30 anos.

“Fizemos avanços notáveis,  em 2000 exportamos 20 bilhões de dólares; no ano passado 96 bilhões de dólares, quase cinco vezes mais. A soja em 2000 representava 20% e ano passado 33% desse total.

Rodrigues falou também sobre uma plataforma, ou seja, um plano de governo para o Brasil, que transforme o agronegócio brasileiro e permita que o país seja o campeão mundial na produção agrícola.

O plano de governo é um trabalho extremamente abrangente que está sendo coordenado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq).

Compreende temas como tecnologia, regionalização, irrigação, comércio internacional, estrutura logística, políticas de renda, turismo rural, gestão de agronegócio, política industrial, sustentabilidade, agroenergia, associoativismo e comunicação.

O diretor da Esalq, Luiz Gustavo Nussio está coordenando as ações do plano.

Os resultados dessas discussões serão apresentados no mês de junho em um único plano de Estado que deverá ser entregue aos candidatos à Presidência da República.

A ideia, segundo ele, é oferecer à sociedade um plano articulado, pensado, racionalizado por pessoas e setores capacitadas a fazê-lo. “É oferecer aos futuros governantes um estudo que tenha base técnica e cientifica”, disse.

A senadora Ana Amélia Lemos enalteceu a produção brasileira, mas falou que o setor sofre com a falta de comunicação.

O setor continua enfrentando um preconceito elevado pela população urbana, que desconhece as dificuldades do campo. O produtor é chamado de caloteiro, desmatador por puro desconhecimento e porque o setor se comunica mal. Precisa ter um dinamismo e protagonismo urgentemente”, comentou.

Ana Amélia também criticou as políticas do Brasil.

“Do ponto de vista de política externa somos muito mais amiguinhos dos outros do que do produtor brasileiro”, disse ela, arrancando aplausos.

Citou como exemplo o fato da Rússia ter embargado a carne suína brasileira, e emendou com a notícia do envenenamento de um ex-agente  russo e da filha dele, que chocou o mundo e estremeceu as relações entre a Rússia e o Reino Unido e outros países.

“A Rússia está recebendo o embargo de vários países por este fato, mas o Brasil não fez nada. Por que não usamos essa moeda de troca para que possamos exportar nossa carne suína?, questiona, completando: “Amigos, amigos, negócios a parte”.

O presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Afrânio Brandão,  destacou que sempre é momento para se discutir o agronegócio, pois é o setor que coloca o Brasil no topo do mundo.

Destacou que a produtividade de grãos cresceu 220% em quase 40 anos, passando de 1,4ton/ha para 4,5 ton/ha (1976-2015). Também lembrou que a safra  de grãos 2017/2018  foi recorde com 225,6 milhões de toneladas. “Só a soja 2017/2018  resultou em 118,9 milhões de toneladas, uma produtividade média de  56,5 sacas/há”, concluiu.

Também participaram como debatedores Luiz Carlos Correa Carvalho, presidente da ABAG; Cleber Oliveira Soares, Diretor de Inovação e Tecnologia Embrapa; ​José Roberto Ricken, Presidente Sistema Ocepar;

O painel “Inovação no Agro e na Agroindústria Brasileira: as demandas mundiais e os desafios na produção sustentável de alimentos”, contou com os painelistas  Marcelo Vieira, Presidente SRB;  Alysson Paolinelli, Presidente Abramilho;  Marcos da Rosa, Presidente Aprosoja; ​​​​​ Paulo Herrmann, Presidente John Deere, entre outros.  ​​​​​​

O Fórum chegou à sua terceira edição consolidado como espaço legítimo para discussões sobre o caminho a ser seguido pelo agronegócio. É realizado pela Sociedade Rural do Paraná e a MMarchiori.

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Paraná suspende queima controlada no campo - Conexão Agro
Coluna 205 - Paraná suspende queima controlada no campo
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Paraná suspende por 90 dias queima controlada no campo para prevenir incêndios; pesquisador da Embrapa Soja orienta produtores como enfrentar o clima seco e os efeitos da La Niña na safra 2024/25. Confira as notícias do campo no podcast “Conexão Agro”.

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