A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) identificou na região Noroeste do Rio Grande do Sul danos severos provocados por gafanhotos em área de 20 a 30 hectares de mata nativa. “Há grande desfolhamento em área de mata nativa na região central do foco de gafanhotos, entre os municípios de São Valério do Sul e Santo Augusto”, informou o fiscal estadual agropecuário André Ebone. Ele sobrevoou a área na sexta-feira (4), graças a uma parceria com uma empresa de aviação agrícola e um produtor rural que cedeu a pista de pouso na região.
“A estimativa é de 20 a 30 hectares de mata nativa com severos danos, inserida na reserva indígena Inhacorá. Notamos que os danos se concentram na mata contínua, não sendo observados em outros remanescentes devido à interrupção ocasionada pelas áreas de lavoura”, explicou Ebone.
O fiscal estadual agropecuário Alonso Andrade disse que a equipe em terra constatou grande presença de gafanhotos nas áreas de mata, e alguma presença em áreas agrícolas, com pouca mobilidade e sem aumento nos danos já verificados nas lavouras durante a semana. “As áreas de mata, especialmente exemplares de timbó, estão severamente atacados. Mas nas lavouras há presença de poucos gafanhotos, com pouco ou nenhum dano”, informou.
Não são pragas de importância agrícola
As espécies foram identificadas pela bióloga e entomóloga Kátia Matiotti, da PUC-RS, como indivíduos adultos de Zoniopoda iheringi e ninfas de Chromacris speciosa, ambas da família Romaleidae, que não tem hábitos migratórios. Sua ocorrência é esperada, devido ao clima seco e à baixa precipitação acumulada nas últimas safras de verão.
Ambas as espécies estão sendo mantidas no Laboratório de Manejo Integrado de Pragas da UFSM, para estudos. As espécies não correspondem à Schistocerca cancellata, estando momentaneamente descartada a infestação por este gafanhoto migratório. Tratam-se de espécies endêmicas, de ocorrência natural e que normalmente não são pragas de importância agrícola.
Foi observado que a preferência de hospedagem das infestações está centrada nas áreas de mata nativa e vegetação espontânea. A prioridade dos levantamentos é constatar se há desequilíbrio nas populações naturais com possibilidade de danos às lavouras limítrofes aos focos.
A Seapdr e o grupo gestor estão atuando para a delimitação das ocorrências. Estão sendo preparadas alternativas de emprego de soluções frente às infestações, caso se configure risco de dano econômico à produção agropecuária.
A orientação é para que produtores não tomem medidas preventivas diante das infestações, sob a possibilidade de aumentar o desequilíbrio entre os inimigos naturais dessas espécies e agravar os danos futuramente. O recomendado é comunicar a rede de vigilância fitosanitária.
Canais para comunicação em caso de surtos
Whatsapp: (51) 8412 9961
E-mail: [email protected]
Atendimento DDSV: (51) 3288-6289 / 3288-6294
Fonte: Seapdr
https://conexaoagro.com.br/2020/12/04/porto-de-paranagua-realiza-primeira-operacao-de-importacao-de-soja/