O Brasil esta finalmente assumindo a condição de provedor de alimentos do mundo e para isso vai precisar entrar fundo na agricultura digital, que disponibiliza tecnologias cada vez mais aplicadas e rentáveis no campo.
Muitas destas tecnologias estão sendo desenvolvidas no Brasil nos principais nichos de inovação. São criações que surgem dos laboratórios, das salas de aulas, das ideias de garagens, da vivência no campo – as chamadas startups.
As principais áreas de inovação tecnológica compreende a biotecnologia, robótica, computação em nuvem, digital manifacturing, inteligência artificial, nanotecnologia, sensores e redes e medicina. São nichos tech que despontam na vanguarda do desenvolvimento humano.
A pergunta que não quer calar é como as empresas podem usar dessas tecnologias no agronegócio? O engenheiro agrônomo Leonardo Menegatti, fundador e Ceo da Inceres, empresa de desenvolvimento de softwares para manejo da agricultura, fala didaticamente sobre as principais tecnologias a seguir.
COMPUTAÇÃO EM NUVEM
A computação em nuvem, por exemplo, significa uma grande rede de computadores e acessos quase que infinitos de processamento. A agricultura se beneficia e muito deste nicho, por permitir o processamento e armazenagem de dados mais rápido, eficiente e ilimitado. “Maior gestão de dados é igual a melhor tomada de decisão no campo”, diz o agrônomo.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Outra tecnologia que promete ocupar papel de destaque, com impacto em toda a cadeia do agronegócio é a Inteligência Artificial (AI). Os profundos conhecimentos agronômicos aplicados às maquinas de software podem ser traduzidos em funcionalidades digitais que vão da automação inteligente de processos à otimização de equipe, de tempos e investimentos em insumos.
REDES E SENSORES
As redes e sensores, instaladas nas propriedades, coletam informações para, posteriormente, serem processadas e analisadas, ou seja, é a conectividade aplicada ao campo, integrando soluções, detectando informações e processamentos de dados. “Isso vai mudar toda a cadeia do agronegócio, que é responsável por suprir o mundo com alimentos”, diz Leonardo Menegatti
BIOTECNOLOGIA
A biotecnologia na agricultura, segundo o agrônomo, traz avanços impressionantes, tornando o cultivo de plantas mais eficientes. A engenharia genética permitiu a criação de tecnologias que reduzem as perdas e aumentam a produtividade das lavouras, tornando as plantas mais saudáveis e resistentes a pragas, doenças e clima.
ROBÓTICA
A robótica é outra ferramenta que será bastante usada na agricultura nos próximos anos. Os robôs estão vindo para acelerar a produtividade da economia. Em 1970, o PIB global era de US$ 6 trilhões, hoje é de US$ 72 trilhões. “Um aumento 13 ou 14 maior e isso tem muito a ver com a robótica, que vai ser cada vez mais adotada nos lugares que dependem de mão de obra e, a agricultura, por acaso, depende de mão de obra, então teremos cada vez mais os robôs fazendo o trabalho”, enfatiza Menegatti.
MANUFATURING DIGITAL
A manufatura digital é uma porta aberta para criação de peças e produtos mais baratos e aplicáveis à realidade do agronegócio. “Com a manufatura, por meio de protótipos, eu posso ter um produto criado na Alemanha, melhorado na China e impresso no Brasil, podendo levá-lo ao campo no mesmo dia. E no dia seguinte, eu posso falar para Alemanha onde pode melhorar o produto, e na tarde do dia seguinte eu já posso ter um novo protótipo trabalhando no campo mais perfeito do que aquele que eu tinha ontem. Isso vai acelerar a curva de melhoria e de desenolvimento do produto. A gente vai passar a ganhar tempo na prototipagem”, explica.
NANOTECNOLOGIA
A nanotecnologia é uma área que está tendo grande mudança. É a construção de compostos, átomo a átomo. “Com isso podemos criar compostos materiais que imitam compostos da natureza. Podemos ter nano compostos mais fortes que o aço e condutivos que cobre. Pode ter entrega de materiais e compostos dentro do corpo humanos e animais de forma extremamente precisa. Isso influencia muito na agricultura digital, pois vai trabalhar o melhoramento genético de alimentos; síntese de agroquímicos menos nocivos; construção de sistema de sensoriamento e controle de qualidade.
“Cada uma dessas tecnologias contribuem para o agronegócio. O Brasil esta finalmente assumindo a condição de provedor de alimentos do mundo e o agro é onde ele é mais competitivo”, afirma o engenheiro agrônomo.
