Com a realização de três mostras nacionais, o setor de pecuária vai ampliar a galeria de marcos históricos da Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Maringá (Expoingá). Pela primeira vez, em 46 anos, o evento vai ser palco de uma edição dos principais torneios brasileiros de ovinos das raças Suffolk e Naturalmente Coloridos. A Etapa Dalila Cleopath Camargo Botelho de Moraes Toledo, uma das dez previstas no calendário da Associação dos Criadores do Brasil (ACNB), atrai o olhar de empresários, que investem na melhoria genética do Nelore Mocho.
Durante os 12 dias da Feira, são esperados mais de 7.500 animais, no Parque Internacional Francisco Feio Ribeiro. Estão confirmadas as presenças de 12 raças de bovinos; 12 de ovinos; três de equinos; além de suínos e de dezenas no Pavilhão dos Pequenos Animais. “Temos os expositores tradicionais e os que vão estar presentes pela primeira vez. Ao longo dos anos, a Expoingá se consolidou como o ambiente ideal para promover o intercâmbio entre os pecuaristas; estimular o ingresso de novos criadores; divulgar os potenciais de cada raça; e incentivar a realização de negócios”, destaca o diretor de Pecuária da Sociedade Rural de Maringá (SRM), entidade realizadora da Exposição, Jucival Pereira de Sá.
Devon
Considerada a mais rústica entre o gado de origem britânica, a Devon tem mostra inédita. Vão ser 20 animais expostos, de oito criadores dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. A habilidade materna; a precocidade; a capacidade de produzir carne macia com sabor inigualável, por causa do alto grau de marmoreio; e os bons resultados de carcaça alcançados no cruzamento industrial são as principais características.
Gilson Hoffmann, vice-presidente da Associação Brasileira de Criadores (ABCD), diz que o Devon consegue se manter fértil em uma variedade de condições climáticas, com a possibilidade de criá-lo de norte a sul do Brasil. O diretor técnico da entidade, Lucas Hax, comenta que o cruzamento resulta em novilhos precoces e com comportamento mais dócil, que reflete na redução de custos com estrutura, evita lesões no transporte e produz carne de boa qualidade, porque o animal se estressa menos no período anterior ao abate.
Guzerá
A presença do Guzerá na 46ª Expoinga é comemorada como uma conquista pela Diretoria da Sociedade Rural. A mostra vai reunir 60 animais, de três criadores dos estados de São Paulo e Mato Grosso. Imponente pelo porte, com cabeça alta, chifres grandes, em forma de lira, e os pelos variando de cinza claro ao escuro, a raça foi a primeira de origem zebuína a desembarcar no Brasil. É considerada de dupla aptidão e usada para a produção de carne e de leite.
O assessor da Diretoria da Associação dos Criadores de Guzerá da Região Centro-Sul do Brasil, Paulo Cerantola, diz que a mostra será completa com exposição, julgamento e venda de reprodutores, especialmente selecionados para a Feira. Ele declara que a proposta da entidade é mostrar o potencial de conversão alimentar, o desempenho no cruzamento industrial e ampliar a área territorial com rebanhos da raça. “É um privilégio estar presenta na Expoingá, um evento com projeção nacional”, resume.
Nelore Mocho
Entre os criadores de Nelore Mocho, a expectativa é em relação à Etapa Dalila Cleopath Camargo Botelho de Moraes Toledo, uma das dez previstas pelo calendário do Circuito Nacional da raça. De acordo com Jucival, a mostra será ainda mais competitiva. “É a principal prova do País, que define os animais que apresentam o mais alto padrão genético e os criadores e expositores que mais investem na raça”, declara.
O diretor de Pecuária da Sociedade Rural comenta que, ao se credenciar para receber uma etapa do Circuito Nacional, a entidade realizadora da Expoingá, aproveitou para homenagear um dos nomes mais expoentes da criação do Nelore Mocho no País. “Dalila Cleopath Toledo é sinônimo de excelência no universo do gado de elite brasileiro”, ressalta. Dona da marca Da-Car, a Família Toledo exibe títulos e troféus das exposições por onde passa. Há cerca de 25 anos, o trabalho de aprimoramento do rebanho é feito na Fazenda São José Da-Car, localizada no município de Santa Maria da Serra, no interior paulista.
Ovinos
Em 46 anos de história, pela primeira vez, a Expoingá recebe edições das exposições nacionais da Suffolk e das Raças Naturalmente Coloridas. As duas mostras vão reunir mais de 250 animais. Ao todo a estimativa é a de que o Pavilhão de Ovinos receba 700 machos e fêmeas, dos principais criatórios do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e de alguns estados do Nordeste.
De acordo com o diretor de Eventos do Núcleo de Criadores de Ovinos da Região de Maringá (Ovinomar), Fernando Marcos Urgniani, das 12 raças expostas na Feira, cinco vão se apresentar pela primeira vez em uma edição do evento. “A procura é fruto do trabalho realizado pela entidade, que desperta o interesse dos criadores de todo o País, e pelo importante papel desempenhado pela Expoingá no cenário nacional do agronegócio”, destaca.
Urgniani ressalta que, pelo segundo ano consecutivo, o julgamento dos ovinos será feito por uma autoridade internacional. Na edição passada, esteve presente o sul-africano, Dan Bosman, que avaliou os rebanhos de Dorper e White Dorper. Em 2018, a análise da Nacional do Suffolk estará a cargo do inglês Geoff Biddulph. Integrante da Associação Nacional dos Criadores de Ovinos da Raça do Reino Unido, é a primeira visita dele ao Brasil.
Equinos
No setor de equinos, os destaques são o retorno da prova de conformação do Quarto de Milha, a elegância do Árabe e a marcha característica do Mangalarga. Com a expectativa de reunir 45 animais, a Mostra do Cavalo Árabe abre a programação de julgamentos das raças presentes na 46ª Expoingá. A avaliação da tropa ocorre no primeiro fim de semana da Feira, com o ponto alto no sábado, dia cinco de maio. São esperados criadores dos estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Considerada uma das raças mais versáteis de cavalo, o Quarto de Milha se apresenta de uma forma diferente, durante a Exposição. Além das tradicionais modalidades de trabalho, como Três Tambores, Baliza e Laço em Dupla, neste ano, a prova de conformação é um dos atrativos da Feira. São esperados cerca de 35 animais. Na disputa, são avaliadas as características raciais e a qualidade genética. Os participantes são divididos por idade e sexo. Vence quem mostrar mais correção estrutura, conjunto, grau de musculatura, entre outros quesitos.
A prova é promovida pela Liga Nacional do Cavalo de Conformação (LINCC). Fundada há seis anos, a entidade já promoveu 14 etapas da competição, com passagens pelas cidades de Tietê, Avaré e Bauru, no interior paulista, e Dourados, no Mato Grosso do Sul. De acordo com o presidente da Liga, Chico Simas, estar na Expoingá é um privilégio, por causa da dimensão e do grau de importância da Feira para o cenário do agronegócio nacional. “Esperamos promover um evento que, além de criadores, desperte a atenção do público visitante”, frisa.
