Apresentar as tecnologias disponíveis e recomendadas para a produção de alimentos de qualidade, de forma segura, em quantidade e com sustentabilidade. É a proposta das 23 unidades didáticas montadas na Fazendinha para serem visitadas durante a 46ª Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Maringá (Expoingá).
Em uma área aproximada de 6,5 mil metros quadrados, o público vai conhecer opções de fonte de renda para o segmento da agricultura familiar e oportunidades para diversificar a produção nas pequenas propriedades. O espaço é também uma forma de conscientizar a parcela da população, que vive nas cidades, sobre o importante papel desempenhado pelo campo para a sobrevivência da humanidade.
Fruto de uma sólida parceria entre a Sociedade Rural de Maringá, entidade realizadora da Expoingá, e a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, em 2018, a Fazendinha completa vinte anos na Feira. Nessas duas décadas, o local se transformou em um dos pontos mais procurados pelos visitantes. É passagem obrigatória para cerca de 30% das pessoas, que percorrem o Parque Internacional Francisco Feio Ribeiro, no período da Exposição.
Destaques
O trabalho de implantação e manutenção das unidades didáticas é feito pelos profissionais do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). Eles também são responsáveis por apresentar as formas de cultivo e manejo; e receber, orientar e tirar as dúvidas do público. Um grupo de estagiários, formado por universitários e alunos de cursos técnicos, auxilia os extensionistas, nas tarefas diárias.
De acordo com o coordenador da Fazendinha, Egberto Zulian, neste ano, os visitantes vão conhecer duas novas variedades de café, desenvolvidas pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), e três de mandioca, de mesa, com viabilidade econômica e resistentes a doenças. No gado de corte, serão apresentadas 34 espécies de gramíneas e forrageiras próprias para alimentar o rebanho; formas de proporcionar o bem-estar dos animais no pasto; e o cruzamento industrial, para o abate de novilho precoce.
Ainda na pecuária, o “manequim” de uma vaca em tamanho natural vai demonstrar o processo de produção de leite, inclusive, com a simulação da ordenha. A expectativa é a de que a “maquete” do animal vai atrair a atenção do público, principalmente, das crianças.
No setor de grãos, os destaques serão o túnel de vento, o infiltrômetro e o “duelo” entre os predadores naturais e os agentes considerados pragas e que provocam doenças. “Recorrer aos predadores naturais, é uma estratégia para reduzir o uso de agrotóxicos no campo”, explica Zulian.
O túnel mostra como o vento age na hora de pulverizar as lavouras. O infiltrômetro mede a capacidade que a água tem de infiltrar e o quanto o solo está compactado, em função do plantio direto.
Na unidade das flores, um projeto de jardim vertical vai apresentar como instalar a estrutura, quais espécies de plantas são mais indicadas, técnicas de cultivo, entre outros detalhes.
Desperdício
Para combater o desperdício de alimentos, a Cozinha Familiar vai apresentar maneiras de se usar talos, cascas, folhas, entre outros, em receitas que agradam ao paladar das pessoas. Também vai mostrar como reaproveitar ou dosar melhor o que é preparado para as refeições. Dados oficiais indicam que, no Brasil, o desperdício de alimentos é superior a 33%, em relação a tudo que se é produzido, desde o campo até a mesa do consumidor.
Sensações
Com status de celebridade, a Maquete Ambiental será um dos locais mais visitados da Fazendinha. Este ano, nos 30 metros de caminhada pelo bosque serão exploradas as sensações humanos. Experiências como sentir a textura e o aroma de uma planta ou identificar uma flor, pelo toque, serão estimulados durante o percurso.
O coordenador da Fazendinha comenta que as plantas vão estar identificadas em braile. Quem desejar, poderá percorrer a mata com os olhos vendados. As vendas serão descartáveis e fornecidas na entrada da Unidade. Ao caminhar, os visitantes também vão ouvir os sons da chuva, de riachos, animais e outros característicos da floresta. O público será incentivado ainda a ter contato com solos de diferentes texturas. “A proposta é viajar pelos sentidos e proporcionar um passeio único pela mata”, frisa Zulian.