A ovinocultura cresce no Paraná e no Brasil com a perspectiva de alta produção e rentabilidade. Comparados com a criação de bovinos, os ovinos quase dobram a produtividade e rendimento. A carne também está caindo, cada vez mais, no gosto do consumidor brasileiro.
O crescimento maior da ovinocultura brasileira começou a partir de 2013.
De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), em 2016, o rebanho do país somava quase 18,5 milhões de cabeças.
Já o Paraná tinha um rebanho de 598.264 animais, com uma participação de 3,2% na produção nacional, ocupando o sétimo lugar no ranking de estados produtores.
Para se ter uma ideia do que isso representa e traduzir esses números em produtividade e rentabilidade, no espaço em que se cria um boi é possível criar de 15 a 20 ovelhas.
“Isso você vende como valor agregado. Enquanto um boi se comercializa na média de R$ 4,00 a R$ 6,00, o quilo, um ovino pode ser vendido por R$ 15,00. A gente triplica, praticamente, o valor agregado”, afirma Jucival Pereira de Sá, diretor de Pecuária da Sociedade Rural de Maringá (SRM), entidade que realiza até dia 14, a Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Maringá, a Expoingá 2018.
O crescimento da ovinocultura também pode ser dimensionado pelos quase 900 animais expostos na Expoingá.
Esta edição da feira aumentou um pavilhão para receber os ovinos. Há dez anos, o número de animais expostos não chegava a 100.
Porém, é no mercado e no campo, que as mudanças acontecem e ajudam a aquecer a atividade.
“Está acontecendo um processo de sucessão familiar muito interessante no meio rural. Quando chega a hora dos pais deixarem de estar à frente dos negócios, muitas vezes, isso faz com que as propriedades fiquem menores. Essas propriedades precisam ser produtivas. O produtor terá que explorar a agricultura ou algo que ofereça um retorno mais rápido. A ovinocultura dá esse retorno”, avalia Sá.
Atualmente, na região de Maringá, quase 100 produtores participam de uma associação de criadores, a Ovinomar.
São produtores que apostam no crescimento cada vez maior da ovinocultura. Porém, para que houvesse esse boom de mercado, a cadeia produtiva precisou promover mudanças.
“Foi preciso mudar o manejo nas propriedades. Os produtores tiveram que aprender a lidar com as questões sanitárias e entenderam também a importância do melhoramento da nutrição. Hoje, esses animais têm que ser abatidos com no máximo seis meses e peso de carcaça em torno de 15 a 20 quilos. Para conseguir isso, foi preciso trabalhar muito, aliando o melhoramento genético, a nutrição e sanidade.
Mudança de hábito que também alcançou os consumidores que, antes, consumiam a carne de ovinos apenas no churrasco e, atualmente, estão descobrindo a variedade de cortes.
“Hoje, as famílias fazem muitos pratos com ovelha, como assada no forno, cozida, entre outras opções. O mercado também entendeu uma coisa importante. Antes se vendia a ovelha inteira. Atualmente, se vende em peças. As pessoas vão ao supermercado e podem comprar 1 quilo ou 2 quilos, apenas. Antigamente tinha que comprar uma paleta inteira, uma costela inteira ou um pernil inteiro”, conclui Sá.