Cooperativas do Paraná deixam de abater, diariamente, 12.700 suínos, 2,3 milhões de frangos e 180 mil tilápias. O levantamento é do Sistema Ocepar, que acompanha com preocupação a crise de abastecimento provocada pela greve dos caminhoneiros, que já supera R$ 1 bilhão de prejuízo para o agronegócio paranaense.
“O desabastecimento da população é o que mais nos preocupa neste momento”, afirma o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken.
De acordo com o presidente, o setor cooperativista tem um papel relevante na cadeia de alimentos, envolvendo milhares de agricultores paranaenses, que estão impedidos de escoar suas produções até as unidades de processamento.
Além de deixar de abater, 12.700 suínos, 2,3 milhões de frangos e 180 mil tilápias por dia, as cooperativas do Paraná, estão deixando de industrializar 3 milhões de litros de leite por dia. Vinte e cinco unidades frigoríficas de cooperativas estão com as atividades suspensas, deste o início dos bloqueios nas estradas do estado. São cerca de 50 mil funcionários dispensados.
“Estamos calculando um prejuízo que já supera R$ 1 bilhão para o agronegócio paranaense”, destaca Ricken.
G7 – Na noite desta segunda-feira (28), Ricken esteve em audiência com a governadora Cida Borghetii, junto com as demais lideranças do G7, grupo que reúne as principais federações do setor produtivo paranaense, entre as quais Darci Piana (Fecomércio), Edson Campagnolo (Fiep), Ágide Meneguetti (Faep), Sérgio Malucelli (Fetranspar), Marco Tadeu Barbosa (Faciap) e Gláucio Geara (ACP).
No encontro, as lideranças apresentaram demandas e preocupações de todos os segmentos, como a diminuição do movimento no comércio, a falta de combustível e a liberação do tráfego de caminhões carregados de alimentos perecíveis e de insumos para a avicultura. “Embora tenha sido realizado um acordo entre o governo do Estado e representantes dos caminhoneiros, para que fossem liberadas cargas de combustível e insumos para a produção de ração animal, além de leite, nossas cooperativas ainda estão tendo dificuldades em trafegar pelas estradas bloqueadas. Precisamos solucionar urgentemente este problema porque, além dos prejuízos para o setor cooperativista, já começa a faltar alimentos para o consumo das pessoas nos supermercados”, frisa Ricken.
Comitê de Monitoramento – O Sistema Ocepar criou um comitê de monitoramento da crise para acompanhar os desdobramentos do movimento dos caminhoneiros e os impactos para as cooperativas do Paraná.
“Estamos permanentemente reunidos com as autoridades, buscando soluções”, acrescenta Ricken.
Ainda de acordo com ele, o comitê também está atuando em âmbito nacional, por meio da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e Frencoop (Frente Parlamentar do Cooperativismo).