segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Agronegócio

Representantes do agro sabatinam candidatos à presidência

Presidenciáveis foram sabatinados por representantes do Agronegócio, que apresentaram o documento “O Futuro é Agro – 2018 a 2030”. O setor entregou as propostas, durante encontro com os candidatos, realiazado hoje, na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília.
O texto com 140 páginas sugere, ao presidente que for eleito, uma agenda que o setor considera sustentável, de livre mercado – sem tabelamento de preços.
O agronegócio, que representa 23,5% de toda riqueza produzida no Brasil, acredita que, se a agenda for concretizada, pode levar o País a ampliar em 33% a produção agrícola até 2030.
“O documento não é um rosário de queixas, mas um mapa para o futuro”, resumiu o presidente da CNA, João Martins.
Elaborado pela CNA e pelo Conselho do Agro, integrado por 15 entidades do setor, em parceria com representantes do meio acadêmico e das indústrias do agro (FIESP e UNICA), o documento aponta gargalos e soluções possíveis em questões vitais para a agropecuária.
Na logística, por exemplo, o setor elenca como essenciais 34 obras em rodovias, ferrovias, rios e portos para melhorar o escoamento dos produtos agrícolas nos próximos 10 anos.

Top 10

Os representantes da agropecuária apresentaram 10 tópicos que consideram importantes para a agenda do setor nos próximos anos. Pedem aos futuros governantes que seja criada uma política de combate à criminalidade no campo, que tem aumentado exponencialmente no interior do país; querem também a universalização da telefonia celular, essencial para a difusão de novas tecnologias entre os produtores e para o aumento da produtividade; e pleiteiam a reforma tributária, com vistas a baratear o custo da produção e tornar os produtos brasileiros mais competitivos no exterior.
Dentre outras prioridades, os representantes do setor sugerem ainda aos potenciais governantes: melhorias no arcabouço jurídico e a criação de um ambiente regulatório mais transparente, como reforma trabalhista rural, regularização fundiária, como forma de garantir mais segurança jurídica no campo; priorização do seguro rural; e apoio a políticas públicas voltadas para o crescimento sustentável.
Ainda estão entre as prioridades elencadas pelo setor: o compromisso de que sejam firmados acordos internacionais que promovam a competitividade da agropecuária brasileira; a adoção de políticas que fortaleçam o Sistema de Defesa Agropecuária; a ampliação dos recursos destinados à assistência técnica; e o desenvolvimento de políticas públicas focadas na ampliação da produção de biocombustíveis.

Projeções

O documento entregue aos presidenciáveis faz uma completa radiografia da agropecuária brasileira, com projeção da produção para os próximos anos.
Segundo os dados, a safra brasileira de grãos 2029/2030 será de 308,5 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 33% em relação à safra 2016/2017. O Centro-Oeste, com aumento percentual de produção de 45%, e o Sul, com incremento de produção de 35%, serão os principais responsáveis por essa performance.
O setor ressalta que o aumento da produtividade, calcado especialmente em práticas mais modernas, ligadas ao uso da tecnologia da informação e no treinamento de pessoal, será o principal fator de ganho da produção.
Nesse contexto, a média de produção passará dos atuais 3,84 toneladas por hectare (t/h) para 4,2 t/h. Os maiores ganhos, segundo o documento, ficarão por conta do arroz, milho e algodão.
Em relação à carne (bovina, suína e de aves), o país ampliará sua produção em 9,4 milhões de toneladas.
O documento cita também dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), segundo os quais o Brasil terá aumentado em 45,5% as suas exportações de carne em 2027.
Ainda segundo os dados da USDA, o Brasil figurará, em 2027, como o maior exportador mundial de produtos de origem animal, com participação de 42,5% no mercado mundial, seguido dos Estados Unidos, com 27% e da União Europeia, com 9,3%.

 Agro e o PIB

De acordo com os números do documento entregue aos presidenciáveis, os empregos gerados pelo setor correspondem a 32% do total de empregos no país. Em 2017, os excedentes exportados corresponderam a 44% do valor total das exportações brasileiras e o saldo comercial do agronegócio foi positivo em US$ 81,8 bilhões de dólares, enquanto os todos os demais setores da economia tiveram déficit de US$ 14,8 bilhões.
Atualmente, o Brasil vende produtos agropecuários para mais de 140 países e é o maior exportador mundial de açúcar, suco de laranja, café em grãos, complexo de soja (grãos, farelo e óleo) e carne de frango; o segundo maior exportador de carne bovina e milho; e o quarto maior exportador de carne suína.
De acordo com projeção da Organização para Cooperação e Desenvolvimeto Econômico (OCDE), em 10 anos, a demanda mundial por alimentos deverá aumentar em 20%. O Brasil será responsável pela oferta de 40% dos produtos que farão frente a esse aumento.
Participaram da sabatina, os candidatos Álvaro Dias (Podemos), Geraldo Alckimin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB) e Marina Silva (Rede). Não compareceram Jair Bolsonaro (PSL) e Ciro Gomes (PDT).

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