O Brasil é o terceiro maior produtor do mundo, mas ocupa a 23ª posição no ranking de exportadores
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lança, em fevereiro, o Plano Nacional de Desenvolvimento da Fruticultura, com o objetivo de traçar uma política e estratégias de ação para o setor avançar na qualidade da produção, o aumento do consumo interno e das exportações.
Há expectativa de que o Brasil dobre a produção em cinco anos e aumente em, pelo menos 50%, o volume de exportações em dois anos.
O país ocupa a vigésima terceira posição no ranking mundial de exportação de frutas, de acordo com a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), parceira na elaboração do plano.
De acordo com o assessor da Secretaria-Executiva do Mapa, Ricardo Cavalcanti, “alguns gargalos impedem maior competitividade da fruticultura brasileira, por isso, é importante a adoção de políticas de médio e longo prazos, compreendendo parceria público-privada em conexão com as demandas de mercado”.
Se consideradas apenas as frutas frescas, os avanços dos últimos 15 anos alcançados pelas exportações brasileiras são pouco expressivas, observa Cavalcanti.
A fruticultura brasileira é uma das mais diversificadas do mundo e a área de cultivo supera 2 milhões de hectares, gerando expressivo resultado em termos de geração de empregos no campo, na agroindústria, em toda a cadeia produtiva, no agroturismo e na esfera de fornecedores de insumos e serviços, além da renda nos mercados interno e externo.
O setor de fruticultura é considerado prioritário no governo, tendo em vista o potencial exportador. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial nesse segmento, depois da China e da Índia, mas exporta apenas 2,5% do que produz.
Em 2017, as exportações brasileiras somaram 784 mil toneladas de frutas, com divisas de US$ 852 milhões. Esse valor coloca o país atrás de outros países latino americanos produtores de frutas como o Chile (US$ 4 bilhões) e o Peru (US$ 2,4 bilhões).
O plano, elaborado por agentes públicos e privados, está assentado em dez tópicos, entre os quais, governança da cadeia produtiva; pesquisa, desenvolvimento e inovação; sistemas de produção; defesa vegetal; marketing e comercialização; gestão da qualidade; crédito e sistemas de mitigação de riscos; legislação; infraestrutura e logística; processamento e industrialização.
Participaram do plano associações de produtores, exportadores, processadores e fornecedores de insumos no ramo da fruticultura.
Fonte: Ministério da Agricultura
Berries, alternativa de produção
Produtores da região de Londrina (PR) estão se mobilizando com o intuito de desenvolver um polo frutícola, tendo por foco as frutas vermelhas, as famosas berries – morango, mirtilo, framboesa, amora, physalis entre outras. A ideia é identificar e adaptar cultivares mais produtivos dessas espécies, para posteriormente estabelecer nas propriedades dos associados. A primeira reunião do polo foi realizada no final do ano passado entre produtores rurais, técnicos do Iapar, Emater, Senar e representantes de cooperativas de crédito
A implantação do polo frutícola tem por objetivos a construção de uma cadeia produtiva, desenvolvimento do mercado e industrialização. A ideia é que os produtores sejam sócios comerciais de uma agroindústria, que será construída, para transformar pelo menos 80% das frutas em sucos, poupas congeladas, desidratadas, sub-produtos lácteos, entre outras formas de consumo.
No Brasil a estimativa de consumo das frutas vermelhas é de 40 gramas per capita por ano com exceção do morango que chega a 300 gramas por pessoa anualmente. Já na região Sul, maior consumidora de morangos, o consumo atinge 800 gramas per capita/ano.
O polo frutícola do Norte do Paraná se somará as iniciativas de cultivo que já existem na Região Metropolitana de Curitiba e Lapa, e aos polos de Vacaria (RS) e Senador Amaral (MG) e aos polos em formação de Itá (SC), Campos de Jordão(SP) e Santa Maria de Jetibá (ES).