A revolução tecnológica e a globalização têm alterado drasticamente o cenário do mercado de trabalho
Profissões consideradas “tradicionais” agora são substituídas por empregos que exigem competências tecnológicas avançadas. A conectividade e a interdisciplinaridade são cada vez mais comuns, demandando profissionais capazes de se adaptar rapidamente a novos desafios e de integrar conhecimentos de diferentes áreas. Profissionais que possuem conhecimentos multidisciplinares têm uma vantagem competitiva, uma vez que são capazes de abordar problemas complexos de forma abrangente e inovadora.
Para atender essa demanda uma formação integrativa, multidisciplinar e focada na resolução de problemas torna-se essencial. As Universidades por sua vez, enfrentam dificuldades em oferecer respostas aos complexos problemas contemporâneos e este, está longe de ser um desafio só das Universidades Brasileiras. Em uma análise mais profunda a própria atratividade das instituições de ensino superior vem caindo nos últimos anos, e evidenciam a dificuldade em estruturar currículos verdadeiramente adequados as necessidades atuais dos mercados, tanto do ponto de vistas dos conhecimentos, através do ensino e das pesquisas produzidas, quanto ao formato de aprendizagem oferecidos.
A formação de mão de obra qualificada para esses e outros cenários desafiadores requer abordagens inovadoras na educação e no treinamento profissional. Outro aspecto importante é o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como resiliência, adaptabilidade e habilidades de comunicação. Em um mundo interconectado, as relações interpessoais e a capacidade de trabalhar em equipe são cruciais. Em alguns casos a regulamentação das atividades é a alternativa encontrada para “induzir” o processo de formação e requalificação dos profissionais.
No meio rural, o Programa Nacional de Habilitação de Aplicadores de Agrotóxicos, chamado de Aplicador Legal, previsto no Decreto Nº 10.833/2021, determinou o registro e a capacitação obrigatórios para profissionais que manuseiam agrotóxicos. A legislação visa proteger os trabalhadores e o meio ambiente, garantir segurança alimentar e promover melhores práticas de saúde. A partir de 31 de dezembro de 2026, apenas os aplicadores registrados poderão usar agrotóxicos, conforme a lei.
Os cursos de capacitação para o registro de aplicadores podem ser presenciais, semipresenciais ou a distância e devem cobrir o conteúdo mínimo definido na Portaria MAPA Nº 410, de 16 de março de 2022. Eles habilitarão os participantes a aplicar agrotóxicos com registro específico para cada equipamento, exigindo que o interessado faça cursos específicos para diferentes tipos de equipamentos. O registro é válido em todo o território nacional e é emitido pelo órgão de defesa agropecuária da unidade federativa onde o curso de capacitação foi realizado.
Esta é mais uma iniciativa no sentido de conscientizar empregadores e trabalhadores rurais em relação às melhores práticas agropecuárias, com o objetivo de provocar uma mudança de comportamento em relação à atividade, que ao contrário do que possa parecer, é complexa e bastante tecnificada, além de envolver altos riscos à sociedade como um todo - trabalhadores, consumidores e ao meio ambiente.
Arthur Piazza Bergamini
Engº Agrônomo
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