Compreender o genoma do café arábica é crucial para desenvolver cultivares mais resistentes a pragas e doenças, melhorar a produtividade das lavouras e a qualidade do produto. Nesse campo do conhecimento, a pesquisa do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater) vem alcançando repercussão no cenário nacional e internacional.
Recentemente, os pesquisadores Gustavo Hiroshi Sera e Luiz Filipe Protasio Pereira (vinculado à Embrapa Café, mas atuando no laboratório de biotecnologia da instituição, em Londrina) apareceram na linha de frente de um artigo publicado na renomada revista científica Nature Genetics, com foco central no estudo do genoma e da genômica populacional do alopoliploide Coffea arabica.
A Nature Genetics é uma revista científica conceituada que, entre outros temas, abrange pesquisas em genética, incluindo estudos genéticos e funcionais do genoma em características humanas e em outros organismos modelos.
Um dos focos centrais da pesquisa revela a história de diversificação das cultivares modernas de café e os mecanismos, proporcionando insights valiosos sobre a evolução genética do café arábica.
O estudo também analisou em detalhes duas cultivares desenvolvidas pelo IDR-Paraná (IAPAR 59 e IPR 99, provenientes do Híbrido de Timor), caracterizando as regiões genômicas que contêm resistência a fitopatógenos.
A pesquisa contou com a participação de pesquisadores da Embrapa Café, USP, UTFPR e IAC, que realizaram um mapeamento genético estrutural completo do Coffea arábica, com a mais alta qualidade até hoje alcançada.
"A pesquisa básica vai levar a um entendimento melhor dos genes envolvidos na qualidade de bebida, produtividade, resistência a pragas e doenças, e também a fatores como a resistência ao calor. Esse conhecimento é essencial para o desenvolvimento de novas cultivares", comenta Sera.
"Estamos imersos há anos nesse trabalho, desenvolvendo diversas pesquisas com foco na cafeicultura brasileira utilizando os dados desse estudo. Hoje, com a utilização dos dados genômicos estamos conseguimos identificar marcadores para seleção de plantas resistentes a doenças como mancha aureolada e nematoides", acrescenta Pereira.
Inovação Tecnológica e Sustentabilidade - O IDR-Paraná está investindo em tecnologias inovadoras para apoiar os pesquisadores em sua missão. Isso inclui equipamentos avançados para análises sensoriais, estudos genéticos das variedades locais e sistemas de irrigação inteligentes.
Uma ênfase especial está sendo colocada na adoção de práticas agrícolas sustentáveis. Os pesquisadores estão investigando métodos orgânicos e minimamente invasivos para controlar pragas e doenças, além de promover a conservação dos recursos hídricos e a biodiversidade local.
Impacto Social e Econômico - As melhorias na produção de café arábica podem trazer benefícios significativos para a economia regional, gerando empregos e renda para as comunidades envolvidas. Além disso, isso pode contribuir para preservar a cultura e a história cafeeira do Paraná. Com o sucesso desses esforços de pesquisa, espera-se que a região do Paraná recupere sua posição proeminente no cenário nacional e internacional do café arábica. Isso também pode incentivar outros produtores a seguirem o exemplo e adotarem práticas sustentáveis e inovadoras em seus próprios negócios.
Perspectivas - Com a dedicação e o trabalho árduo de pesquisadores frente as Instituições, o futuro do café arábica no Paraná parece promissor. A combinação de inovação tecnológica, práticas sustentáveis e um profundo respeito pela tradição cafeeira da região pode garantir que o
Paraná continue a ser um importante player no mercado de café arábica, tanto no Brasil quanto no exterior.
“A publicação de artigos conceituados sobre o tema do café arábica, destacando o trabalho de pesquisadores do Instituto, não só valoriza o trabalho desses profissionais, mas também ressalta a relevância da pesquisa científica para a melhoria da qualidade do café e a sustentabilidade da produção”, afirma a diretora de pesquisa do IDR-Paraná, Vania Moda Cirino.
O reconhecimento do trabalho de Gustavo Hiroshi Sera e Luiz Filipe Protasio Pereira é um passo importante para assegurar que o café arábica paranaense continue a ser sinônimo de qualidade e inovação.
Fonte: IDR-Paraná
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