domingo, 22 de setembro de 2024

Agronegócio

Ministra anuncia polo tecnológico em Londrina e gera polêmica ao falar sobre frete

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Tereza Cristina, visitou nesta segunda-feira (8), a ExpoLondrina 2019, e anunciou projeto piloto tecnológico na cidade e gerou polêmica ao questionar o tabelamento do frete. 

Tereza Cristina participou do Fórum do Agronegócio. Na entrevista coletiva, disse que Londrina será o primeiro polo tecnológico do País, uma reivindicação de representantes de várias instituições londrinenses, como o Sebrae, em audiência na Secretaria de Inovação do ministério. 

A ministra confirmou que está prevista para a programação do 2º Agrobit, que acontece em novembro, a realização de um hackathon, como um dos eventos ligados à instalação do polo tecnológico. 

“A exposição de Londrina é de tecnologia. O Ministério da Agricultura escolheu a  cidade para a realização desse grande hackathon. Queremos utilizar o polo de inovações que já existe aqui para implementar várias outras novas tecnologias no Paraná. Será o estado em que vamos apoiar e fazer esse projeto piloto”, afirmou Tereza Cristina. 

Na visita a Brasília, a comissão londrinense apresentou o projeto de Ecossistema de Inovação em Agronegócio e a SRP Valley, da Sociedade Rural do Paraná, aos representantes da secretaria de inovação.  

“Na secretaria ficaram impressionados com o nosso sistema”, afirmou o gerente do Sebrae, Fabrício Bianchi. Segundo ele, no próximo domingo, o coordenador geral da Secretaria de Inovação do Mapa, Benedito João Gai Neto, estará na ExpoLondrina, participando da banca do hackathon que acontece pelo quarto ano consecutivo na feira. 

FRETE 

Para a ministra Tereza Cristina, a tabela de frete praticada é prejudicial aos caminhoneiros e ao setor produtivo em vários segmentos.  

“O assunto frete é muito complexo, você atende várias cadeias produtivas do petróleo, do agronegócio, carga frigorificada, enfim é um setor muito amplo. E essa tabela traz distorções para alguns setores. Hoje, o setor de grãos é um dos mais desfavorecidos com a tabela”, enfatizou. 

Segundo ela, as empresas que precisam transportar estão comprando caminhões e deixando os autônomos parados. 

Para corrigir a distorção da tabela, que teve aumento de mais de 40% no caso da agricultura, está sendo elaborada uma nova tabela pela Esalq/USP 

“O governo vai avaliar e em maio vamos divulgá-la. Mas, é sempre uma tabela, uma coisa engessada que pode, uma hora tá bom para um lado e outra hora, bom para outro. O mercado é soberano, o ideal era acabar, tanto é que o Supremo está analisando se é constitucional ou não. Hoje o modelo é ruim para todos”. 

A fala da ministra provocou reação da Confederação Nacional dos Transportes Autônomos (CNTA), que disse que a declaração de Tereza Cristina está equivocada, uma vez que a lei trouxe transparência às negociações de contratação de frete e regulamentou o mercado.  

ÁRABES 

Questionada se teme algum prejuízo nas relações comerciais com os países árabes, a partir da visita do presidente Jair Bolsonaro, que estreitou laços com Israel, a ministra disse que “depende da interpretação”. “Vou ter um jantar com 51 embaixadores árabes nesta semana. O presidente sempre deixou claro sua aproximação política e ideológica com Israel. Uma coisa é essa identificação, outra é o comércio. Israel é um país pequeno, e nós temos muito que trazer de Israel,  tecnologia, intercâmbios, mas na parte de vendas nós temos os países árabes que são importantíssimos e amigos comerciais do Brasil há muitos anos”.  

PLANO AGRÍCOLA 

Sobre o Plano Agrícola e Pecuário, a ministra disse que está pleiteando uma subvenção maior para atender uma base mais ampla de agricultores.  “No plano deste ano, que ainda está vigente, tivemos R$ 440 milhões, é muito pouco. Não atende a agricultura. A gente está aperfeiçoando, queremos aumentar. Este ano, estamos pleiteando R$ 1 bilhão, porque este é um valor que dá mais segurança, inclusive para as instituições privadas que vão querer colocar dinheiro na agricultura”, disse.  

AFTOSA 

Sobre a possibilidade do Paraná se tornar área livre de febre aftosa sem vacinação, ainda este ano, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), a ministra disse que esta é uma decisão difícil de ser tomada. “O Brasil está livre do vírus da aftosa há muitos anos, não tem porque ter este temor. O calendário dos estados foi prorrogado por seis meses, porque nossa preocupação é que eles (estados) não façam o dever de casa, nós só vamos liberar quando tivermos segurança” . Para Tereza Cristina, o governo tem que sentar com a iniciativa privada e tomar uma decisão. 

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Paraná suspende queima controlada no campo - Conexão Agro
Coluna 205 - Paraná suspende queima controlada no campo
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