quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Agronegócio

Com safra de grãos atrasada, Paraná deve colher 22,7 milhões de toneladas

colheita soja

As chuvas atrasaram o início da colheita da safra de grãos de verão 2017/18, que começou há pouco mais de 10 dias. Apesar do clima, o Paraná está colhendo uma safra de 22,7 milhões de toneladas. Com a melhora climática, os produtores aceleram o trabalho no campo para colher soja e milho da primeira safra e evitar novos atrasos no plantio da segunda safra de milho.

A soja e o milho da primeira safra tiveram o início do plantio atrasado, no ano passado, por causa da seca.

O clima normalizou em outubro, mas voltou a prejudicar a agricultura paranaense em novembro com excesso de chuvas. Essa situação vem se alongando desde esse período e contribuiu para atrasar tanto a colheita desses grãos como o plantio da segunda safra de milho.

De acordo com o acompanhamento do Departamento de Economia Rural (Deral) correspondente ao mês de fevereiro, a colheita da soja está atrasada, com 9% da área colhida, quando em igual período do ano passado 31% da área plantada já estava colhida. Com isso, menos de 500 mil hectares da área plantada foi colhida, se comparada ao ano passado, quando foram cerca de 1,6 milhão de hectares.

Segundo o economista Marcelo Garrido, do Deral, esse quadro não deverá prejudicar a produtividade da soja, de forma geral, mas poderá afetar a qualidade do grão.

Também pode aumentar os custos para o produtor. Isso porque, com o excesso de umidade, terá que gastar mais para conter as doenças fúngicas que atacam as plantas.

O Deral está estimando uma safra de soja de 19,3 milhões de toneladas, cerca de 547 mil toneladas a menos que a safra anterior, que foi considerada excepcional.

As perspectivas de comercialização são favoráveis ao produtor. Segundo Garrido, o mercado está especulando uma perda de soja na safra da Argentina, devido ao período de seca intensa por lá, provocado pela corrente climática La Niña. “Se isso for confirmado, é possível uma reação nas cotações”, diz.

Por enquanto o mercado trabalha com a cotação de R$ 64,00 a saca, que é considerado um bom valor.

O milho de primeira safra, também submetido às mesmas condições climáticas que a soja, está com a colheita atrasada, com apenas 6% da área colhida. Este ano, cerca de 20 mil hectares foram colhidos até agora, quando no ano passado, nessa mesma época, já havia 150 mil hectares plantados.

Edmar Gervásio, analista da cadeia do cereal pelo Deral, afirma que estima-se uma colheita de 2,97 milhões de toneladas para o milho da primeira safra, que corresponde a uma redução de 40% em relação à produção anterior.

Essa retração acompanha a diminuição na área de plantio, que foi de 35%. No ano passado foram plantados 513.627 hectares com milho da primeira safra e, este ano, 332.833 hectares.

Devido ao clima, houve alongamento do ciclo de desenvolvimento das plantas, explicou Gervásio. Com muitos dias nebulosos, com falta de luminosidade natural, as plantas não se desenvolveram como deveriam. Com o retorno do sol, a expectativa é que melhore a produtividade e a qualidade dos grãos, disse o técnico.

O atraso na colheita da soja e do milho da primeira safra também está atrasando o plantio da segunda safra de milho. Com isso, a expectativa de plantio de 2,14 milhões de hectares – neste período – pode não se confirmar.

Este ano, o Deral já constatou uma redução na área plantada de milho da segunda safra de 11%.

A produção esperada é de 12,3 milhões de toneladas. “Com o plantio tardio, pode se esperar uma produção até menor”, adiantou.

Segundo Gervásio, os produtores não estão muito animados como em anos anteriores por causa da estabilidade dos preços, em torno de R$ 22,00 a saca.

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