A menor distância entre a lavoura e qualquer mercado do agronegócio no mundo é a conectividade. Porém, somente 7% das propriedades rurais brasileiras são conectadas com infraestrutura pública. Numa iniciativa pioneira, oito grandes empresas do setor e de telecomunicação lançaram, na Agrishow 2019, em Ribeirão Preto (SP), o projeto Conectar Agro. O objetivo é encurtar esse caminho, levando tecnologia 4G 700 MHz para regiões agrícolas do país.
Assim como a universalização da eletrificação rural no Brasil ainda é uma meta a cumprir, o acesso à internet é um desafio que, no momento, conta com soluções comerciais.
No país, a estimativa é de existam 500 mil fazendas por cobrir e 5 milhões de pessoas para conectar no campo. Atualmente, apenas 700 mil hectares têm cobertura de internet.
O custo ainda é alto e o produtor sempre esbarra no custo de implantação versus benefícios.
Fazem parte das empresas apoiadoras da iniciativa, a AGCO, Climate FieldView, CNH Industrial, Jacto, Nokia, Solinftec, TIM e Trimble.
A expectativa é de que o Conectar Agro seja aberto, o que significa que qualquer máquina poderá ter acesso aos dados, conectando caminhões, veículos, máquinas e coisas, como sensores.
Ana Helena Andrade, diretora da AGCO e vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), ressaltou que o ciclo virtuoso do agronegócio brasileiro somente terá continuidade com a agricultura 4.0.
“Os fabricantes de máquinas são somente um dos pilares deste salto e isso depende da conectividade”, avaliou Ana Helena.
A tecnologia do Conectar Agro oferece 1 megabit por segundo no talhão mais longo do produtor e no pior ponto considerado da propriedade, podendo cobrir 30 hectares.
A implantação tem custo de até 0,5 saca de soja por hectare. Após o investimento inicial, o produtor rural pagará apenas pelo serviço da internet 4G.
*Repórter viajou à Agrishow a convite do pool de imprensa dos expositores da feira