O Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), em parceria com a Global Pulse Confederation, realiza o 7° Fórum Brasileiro do Feijão, Pulses e Colheitas Especiais no próximo dia 13 de junho, no Rio de Janeiro. O mercado de pulses está crescendo e despertando cada vez mais o interesse dos produtores brasileiros, que já chegaram a exportar, em 2018, a cerca de 162.000 toneladas.
O setor, segundo o presidente do Ibrafe, Marcelo Eduardo Lüders, começa a viver um “momento único”. Ele explica que a velocidade de crescimento do vegetarianismo no mundo já impulsiona em cheio o setor de pulses e colheitas especiais. Para ele, fazer parte dessa revolução é questão de estar na hora certa, no lugar certo.
O faturamento mundial do setor vegetariano e vegano alcançou, no ano passado, nada menos que US$ 51 bilhões. Em seu site “The World in 2019” – que aborda tendências e projeções – a revista The Economist cravou que 2019 é o “ano do veganismo”, prevendo um crescimento nunca visto até hoje, com aumento vertiginoso de adeptos desta filosofia de vida.
No Brasil, dados do Ibope Inteligência, em pesquisa realizada em abril do ano passado, indicam que a porcentagem que se identifica com o vegetarianismo atingiu 14% da população. Tratam-se de 30 milhões de pessoas. É o equivalente a três vezes o número de habitantes de Portugal ou a metade da Itália.
Há apenas cinco anos, a porcentagem de vegetarianos brasileiros estava em 9%. Ou seja, o mercado de clientes que desejam evitar produtos de origem animal atingiu um tamanho que não pode mais ser desprezado por nenhuma gigante do consumo, que já aderiram à onda ‘veggie’ com produtos, investimentos e projetos em desenvolvimento.
É com este cenário que acontece o evento onde serão abordados temas de grande reflexos imediatos para o setor nacional. Um deles é o Outlook Global de Feijão Cores e o Outlook Global de Grão-de-bico (Kabuli). Para o Brasil, esta será uma oportunidade única de colocar definitivamente nosso país como protagonista também neste mercado.
O produtor precisa destas informações para tomar decisões de plantio de agora até 2019, afirma Regis Ferreira, produtor de Unai (em Minas Gerais) que já produz feijões para exportação desde 2012. Ferreira acredita que a atenção que o Brasil vem recebendo mostra que não somos apenas futuros fornecedores para o mundo pois já despertamos os compradores de todo mundo.
Haverá ainda painéis técnicos, inclusive com os recentes avanços nas pesquisas de grão-de-bico. Também se dará atenção ao novo mercado mundial de proteína vegetal e as oportunidades para todo o setor brasileiro. “Teremos oportunidade de discutir e orientar a pesquisa sobre qual a visão mundial sobre o feijão geneticamente modificado”, diz Lüders.
Isso porque o fórum ocorre dentro da convenção da GPC 2019, que começa no dia 10 e vai até o dia 13 do mesmo mês, e reúne mais de 1.000 delegados envolvidos com o incremento do consumo e comercialização dos Pulses. A GPC é a instituição que representa toda a cadeia dos Pulses mundialmente. Dentre eles estão os produtores, pesquisadores, fornecedores de logística, comerciantes, exportadores e importadores junto aos órgãos governamentais, demais organizações e consumidores.
De acordo com a GPC, que tem o Ibrafe como representante no Brasil, os principais objetivos da organização são elevar a segurança alimentar, a conscientização nutricional e a inovação e criar uma maior conscientização sobre os Pulses em todas as esferas públicas e privadas. Além disso, busca-se também promover o acesso ao mercado internacional e a estabilidade de produção e preços e incentivar o aumento da produtividade agrícola e a sustentabilidade ambiental.
A Convenção Anual da Global Pulse Confederation acontecerá no Sheraton Grand Rio Hotel & Resort (Rio de Janeiro) e contará com a presença de toda a cadeia produtiva. Serão produtores, agrônomos, sementeiros, empresas de insumos, empresas de tecnologia, maquinário e outras. Todos em busca de interação e evolução nas discussões técnicas e mercadológicas sobre Feijão e Pulses no Brasil e no mundo.