A Emater fez nesta terça-feira (14) o lançamento do Selo Qualidade Regional, que identificará produtos oriundos da agricultura familiar que atendam critérios como bom visual, embalagem segura, e produção dentro das técnicas de manejo seguidas de boas práticas nos quesitos adubação e combate a pragas e doenças.
O lançamento foi feito durante o Encontro de Agroecologia, realizado em parceria com a Sociedade Rural de Maringá (SRM) durante a Expoingá 2019.
O presidente do Instituto Emater, Natalino Avance de Souza, explicou que este tipo de selagem é muito comum na Europa e Estados Unidos e serve como orientação ao consumidor para que tenha segurança do que está comprando e consumindo.
O Selo Qualidade Regional sai em duas versões. A primeira lançada é a verde, que está relacionada aos produtos vegetais ou de origem vegetal. Em breve a Emater vai lançar também um selo que ateste a origem e a qualidade de produtos de origem animal.
A engenheira de Alimentos da Emater Juliana Cristina Bittencourt dirigiu os estudos para fundamentar a criação dos selos de qualidade e diz que se espantou ao saber que mesmo usando somente 27% das terras agricultáveis, a agricultura familiar é responsável pela produção da maior parte dos alimentos consumidos no País. E mais, apesar da grande produção regional, 70% das hortaliças encontradas no mercado local vêm de outros Estados.
Para a presidente da Sociedade Rural, Maria Iraclézia de Araújo, “o selo é um enorme avanço, que vai valorizar a produção das pequenas propriedades, onde o produtor dedica-se pessoalmente ao cuidado de suas plantas”.
Campeão da certificação
O técnico agrícola Nilson Barnabé Ferreira destacou o crescimento da produção e comercialização de produtos oriundos da agroecologia, afirmando que isto é resultado da parceria da Emater com várias instituições que estão facilitando e agilizando as certificações. O Paraná já é o Estado brasileiro com maior número de produtores orgânicos certificados.
Segundo Barnabé, ainda há muito espaço para a produção orgânica e o produtor vai ter a assistência necessária porque a Emater está aumentando o número de técnicos, tanto no grupo hortícolas quanto da produção de leite orgânico, o chamado leite verde.
“Cabe ao produtor, tanto de orgânicos quanto da agricultura familiar tradicional, também cuidar da organização do negócio”, diz Barnabé. “Será necessária a criação de cooperativas e outras entidades para agregar os produtores, tratar da comercialização e criar estratégias para que os produtos passem a ser comercializados também nos supermercados”.