quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Café, Oportunidades

Concurso Café Qualidade Paraná comprova a força da mulher no campo

27/11/2025
Dos dez premiados nas duas categorias, seis são mulheres. E entre os cinco campeões regionais, elas levaram três prêmios.
Por: Redação
Concurso Café Qualidade Mulheres cafeicultoras conexão agro
A Flávia Guimarães da Silva Rosa, de Apucarana, foi campeã na categoria natural e a Sirlene Soares dos Santos Souza, de Pinhalão, foi a vencedora na categoria cereja descascado
Divulgação/Sistema FAEP
Tags: Concurso Café Qualidade Mulheres no campo
Elas dominaram a 23º edição do Concurso Café Qualidade Paraná, realizada nesta terça-feira (25), no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Dos dez premiados nas duas categorias, seis são mulheres. E entre os cinco campeões regionais, elas levaram três prêmios. Ou seja, 60% dos troféus ficaram nas mãos delas. E foram mãos femininas que produziram os dois melhores cafés do estado em 2025. A Flávia Guimarães da Silva Rosa, de Apucarana, foi campeã na categoria natural e a Sirlene Soares dos Santos Souza, de Pinhalão, foi a vencedora na categoria cereja descascado.
Durante a cerimônia de entrega dos prêmios o secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Marcio Nunes, destacou o cuidado dos produtores como um diferencial que torna o café paranaense um dos melhores do mundo. “Nosso café é produzido com qualidade e com sustentabilidade porque nós temos a melhor água, temos as terras trabalhadas no sistema do plantio direto e correção do solo. Temos cuidado com as microbacias, as matas ciliares preservadas. No Paraná não tem poluição e há mais de 50 anos que não tem desmatamento. Essa característica é que nós temos que firmar. Vender o café com alta qualidade e com sustentabilidade“, disse o secretário ao parabenizar os finalistas do concurso.

Flávia Guimarães da Silva Rosa participou pela segunda vez do Concurso Café Qualidade Paraná na categoria natural. No ano passado, ficou em terceiro lugar. Agora, foi a vencedora. “A sensação é de gratidão, agradecer a Deus em primeiro lugar por permitir chegar até aqui, pois ser cafeicultor é nosso orgulho”, disse a campeã. “Ter o nosso nome escrito na história do café especial do Paraná não tem preço. É maravilhoso. Esse concurso agrega muito valor à agricultura familiar. Não pode desistir do sonho. Nas horas difíceis nem sempre são rosas, mas a gente não pode desistir nunca, que a vitória vem”, completou Flávia.

Para a cafeicultora Sirlene dos Santos Souza, a vitória veio pela segunda vez. Em 2022, ela já havia vencido na categoria natural. Agora, mudou de categoria e foi campeã com o café cereja descascado. “Foi um prazer muito grande ter participado desse concurso e conseguido o primeiro lugar, que é o reconhecimento de um trabalho de um ano de dedicação, para a gente conseguir ter esse café campeão. É um orgulho muito grande para minha família ter conquistado mais esse concurso, esse ano. Isso nos incentiva a se dedicar cada vez mais para levar o nome do Paraná cada vez mais longe, mostrar que o Paraná consegue fazer cafés excelentes”, afirmou Sirlene. E a coleção de prêmios não para por aí, só neste ano, foram três. Além do primeiro lugar no Café Qualidade Paraná, Sirlene também foi campeã na última edição da Ficafé em Jacarezinho, no Norte Pioneiro, e ficou em quarto lugar no Concurso Nacional Yara, realizado durante a Semana Internacional do Café 2025, em Belo Horizonte. A cafeicultora credita o sucesso dela à participação no projeto Mulheres do café, executado pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná). “Fazer parte desse grupo me ajudou muito. O IDR-Paraná me orientou com assistência técnica, com cursos e na hora da venda do café. E com isso, ganhei vários concursos, agregando mais valor ao nosso produto final, mudando a vida financeira da minha família, e aumentando minha autoestima por ter meu trabalho reconhecido”, destacou ela.

CAFÉ DAS MULHERES - Além de Sirlene, outras cinco premiadas no Concurso Café Qualidade Paraná participam do Mulheres do Café, projeto que surgiu em 2013 por iniciativa do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), e hoje está presente em 11 municípios do Norte pioneiro, quatro municípios da região do Vale do Ivaí e um município da região Oeste. O IDR-Paraná dá assistência técnica exclusiva para as mulheres, numa metodologia participativa, construída junto com as cafeicultoras desde o início do projeto. “São feitas pelo menos cinco reuniões anuais com transferência de tecnologia para a produção de café especial, além de cursos, encontros e degustações para promover os cafés especiais produzidos por elas”, afirma Cíntia Mara Lopes de Souza, extensionista do IDR-Paraná que coordena o projeto. Desde 2015, as mulheres estão no pódio entre os três melhores cafés do estado consecutivamente no concurso Café Qualidade do Paraná, o que deu muita visibilidade para a região e abriu caminho para que elas conseguissem parcerias comerciais importantes com cafeterias e torrefações. Hoje, elas estão organizadas e formaram a Associação das Mulheres do Café do Norte Pioneiro, a AMUCAFÉ e têm uma marca própria, Café das Mulheres. “É uma marca coletiva que agrega lotes das cafeicultoras com cafés muito especiais, com atributos importantes da nossa região”, reforça a coordenadora do projeto.

O aumento da participação das mulheres na cafeicultura e no Café Qualidade Café é confirmado por Romeu Gair, extensionista do IDR-Paraná e um dos responsáveis pela organização do concurso. Segundo ele, nos últimos dez anos elas têm liderado tanto na inscrição quanto na premiação. “O grupo das mulheres do café tem liderado essa questão da qualidade, principalmente devido ao trabalho delas dentro da propriedade. Enquanto o homem está mais preocupado em produzir café em quantidade, a mulher tira o tempo dela e acaba se dedicando a colher uma parte do café, com um certo cuidado, e com isso acaba melhorando muito a qualidade. Ela vai fazendo o nome, em alguns casos consegue vender esse café com preço diferenciado”, concluiu Gair.

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