O agronegócio salvou o PIB brasileiro, sendo responsável pelo crescimento de 1% em 2017. Porém, o setor precisa responder mais rápido ao desafio de alcançar o potencial econômico das tecnologias e inovações. Iniciativas, como o lançamento da primeira plataforma de conexão dos ecossistemas do agronegócio do Brasil, durante a 58ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina (ExpoLondrina 2018), podem ajudar a acelerar o desenvolvimento de soluções inteligentes para o campo.
O lançamento faz parte da programação da terceira edição do Hackathon Smart Agro, evento que reúne empreendedores digitais, que buscam soluções para o agronegócio, e que será realizado na ExpoLondrina 2018, que acontece de 5 a 15 de abril, no Parque de Exposição Ney Braga, em Londrina.
A agricultura brasileira é um dos setores da economia que mais investe em inovações e na criação de ecossistemas, que permitem soluções inovadoras, reunindo fabricantes de máquinas e equipamentos agrícolas, empresas químicas, prestadores de serviços de dados, entre outros.
Com a criação de um ecossistema nacional de empreendorismo agro, o potencial de vários pilares da sociedade e do mercado trabalharem juntos no apoio às startups é ainda maior.
“Nós vamos lançar a primeira plataforma de conexão dos ecossistemas agros do país. Estará vindo aqui, um represente da Esalq, o gestor do ecossistema de Piracicaba; Cuiabá, que é um grande polo, com grandes players do Brasil; nós de Londrina pela SRP Valley e, provavelmente, representantes de São José dos Campos. É uma grata surpresa para nós assinarmos um protocolo de intenção de se fazer essa conexão dos ecossistemas”, afirma George Hiraiwa, um dos coordenadores do Hackathon Smart Agro.
Ao trabalharem juntos, compartilhando experiências por meio da plataforma, os ecossistemas darão suporte às agtechs, startups do agronegócio, que crescem 70% ao ano no Brasil.
“Uma startup de Londrina que trabalha com pescado, talvez, encontre o melhor mentor em Cuiabá. Aí, o empreendedor acessa essa mentoria. Uma startup de soja lá em Cuibá também pode buscar a melhor mentoria na Embrapa Soja, em Londrina, que é rica em pesquisador e biotecnologia. A gente vai tentar e se organizar para falar em um ecossistema de inovação nacional”, explica Hirawa.
A intenção é de que a plataforma facilite a difusão de tecnologia, estendendo as fronteiras da produtividade e sustentabilidade brasileiras.
“Temos problemas diferentes de outros países. Nos Estados Unidos, o agricultor colhe a soja ou o milho e aí vem a neve e elimina pragas, elimina doenças, elimina fungos. No Brasil, o fazendeiro colhe soja e já tem outra equipe plantando milho. Imagina a diversidade de problemas que isso provoca no solo, no aparecimento de pragas e fungos. A nossa saída é diferente. As startups precisam levar produtividade e rentabilidade para o agricultor. Se a gente não conseguir transformar uma tecnologia nossa, que transmita ao agricultor esse recado, as startups não sobrevivem. Estamos amadurecendo o ecossistema agro, que tem essa grande responsabilidade de poder fazer as agtechs serem mais efetivas para o business”, ressalta Hiraiwa.