A Bolsa Brasileira de Mercadorias emitiu a primeira Cédula de Produto Rural (CPR) digital de gado do Brasil. O registro está sendo realizado por meio da plataforma BolsaAgro CPR, lançada em abril deste ano pela Bolsa em parceria com a Seges. A emissão desta semana garantiu a compra de boi magro para confinamento.
A primeira emissão de CPR na pecuária foi em nome da Edafo Pec, empresa dirigida por Carlos Pimenta. Até agora, as emissões de CPR pela Edafo Pec giravam em torno de 10 a 15 por mês, exigindo o deslocamento do CEO entre São Paulo e Goiás. Com a tecnologia, este número deve aumentar rapidamente, pois o tempo da emissão, segundo Pimenta, foi reduzido em cinco vezes. “A CPR foi emitida e assinada de dentro da fazenda e o investidor pode fazer isso da sua própria casa”, enfatizou.
Foram montadas operações com confinamentos nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e São Paulo. A meta da empresa é chegar em quatro anos a 100 mil animais girando em confinamentos. A CPR foi emitida no valor de R$ 100 mil, com outras duas operações posteriores, totalizando R$ 1,450 milhão. Os investidores tinham uma demanda para novilhas angus com foco na qualidade e a rastreabilidade dos animais.
Uma das maiores vantagens da CPR digital é a rapidez no processo que, neste caso, durou 22 minutos. “Nós temos um caminho mais curto para percorrer desde a chegada dos bois e na captação do recurso com a CPR eletrônica. A agilidade para o confinamento é muito importante”, explicou Edison Castelano, diretor da VFL, Brasil, empresa do grupo Multinacional Vitamins for Life que também utiliza o serviço.
“O processo de uma emissão de CPR no BolsaAgro é rápido, seguro, eficiente e econômico. É uma inovação tecnológica. Nós estamos oferecendo algo disruptivo que, certamente, veio para ficar”, declarou o diretor-geral da Bolsa, Cesar Costa.
A CPR é um título importante que representa a entrega futura do produto. O processo legitimado pela Bolsa, se expande agora também para o mercado pecuário. Até hoje, a chamada operação de barter em negócios com boi praticamente não existia. A novidade chega em um momento de mudanças na política agrícola do Brasil em que o setor privado começa a aparecer como futuro principal financiador do agronegócio. (As informações são da Bolsa Brasileira de Mercadorias)