quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Agronegócio

Paraná suspende vacinação contra febre aftosa

A decisão de suspender a vacinação de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa no Paraná preocupa lideranças agropecuárias, que temem risco sanitário, com o aparecimento da doença e perde de qualidade genética do rebanho paranaense. A medida passa a valer a partir do dia 31 de outubro.

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, e o governador, Carlos Massa Ratinho Júnior,  assinaram hoje (15), no Palácio Iguaçu, a instrução normativa de suspensão da vacinação no estado.

A decisão proíbe o comércio e o uso da vacina a partir do final do mês. A vacinação contra a febre aftosa será substituída pela campanha de atualização de rebanho. A fiscalização ocorrerá duas vezes por ano, nos meses de maio e dezembro – mesmos meses em que a campanha de vacinação era realizada.

A ministra Tereza Cristina defende que o compromisso do Paraná pela busca do status de estado livre da febre aftosa inaugura uma nova era sanitária no País.

“Consideramos todos os critérios técnicos do governo do Estado. Houve um calendário de ações, investimentos financeiros e veterinários. O Paraná vai ser uma excelência nas cadeias produtivas dos animais.”, afirmou.

O rebanho estimado de bovinos e bufalinos que deixará de ser vacinado é de 9,2 milhões. As doses estocadas no Paraná serão encaminhadas da iniciativa privada para unidades federativas que ainda irão aplicar a vacina.

A instrução normativa também pretende controlar o ingresso de animais vacinados contra a doença, a partir de 1 de janeiro de 2020, no Paraná. O reconhecimento nacional do estado como livre de febre aftosa fará com que as regras de trânsito de animais suscetíveis à doença e seus produtos passem a vigorar conforme legislação vigente.

A medida não agrada produtores e não tem o apoio da Sociedade Rural do Paraná (SRP). Antônio de Oliveira Sampaio, presidente da entidade, se opõe à suspensão da vacinação. “A Sociedade Rural do Paraná entende que a medida é contrária aos interesses do produtor rural. O risco sanitário, ao nosso entender, é muito grande. A decisão não será refletida no rendimento do produtor”, avaliou.

O posicionamento da SRP tem base em estudos técnicos e científicos realizados nos últimos anos. Antônio Sampaio também destaca as perdas em relação ao aprimoramento genético e critica o fechamento das fronteiras. “A questão genética também será prejudicada. Entre outras coisas, o rebanho perde sem a entrada de sangue novo”, disse.

Apesar da discordância, o presidente afirma não haver crise com o governo: “Não existe nenhuma rivalidade. Apenas um entendimento diferente da questão. O governo acredita que ganhar o status de livre aftosa sem vacinação é importante e nós entendemos que não compensa o custo. Acataremos as regras e determinações e queremos que tudo funcione bem”.

O governador Ratinho Junior defende a decisão para a expansão de mercado do Paraná. “Essa medida abre um leque de mercado no mundo. Cerca de 65% dos países não compram carne suína do Paraná em função da vacinação contra aftosa. A pecuária paranaense passa a ter um novo patamar. Vamos resgatar a produção de bezerros, melhorar a genética animal e ampliar as granjas”, afirmou.

Segundo Norberto Ortigara, secretário de Agricultura e Abastecimento, o Paraná se preparou para esse momento com georreferenciamento de todas as propriedades rurais, constituição de um fundo para eventual sacrifício sanitário e melhoria da vigilância. “Criamos um conjunto de soluções que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento referenda como o melhor do País”, destacou.

O produtor rural deverá realizar o cadastro do rebanho, durante o mês de novembro, no site da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). O produtor que não realizar o cadastro ficará irregular e não receberá a Guia de Trânsito Animal (GTA).

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