domingo, 22 de setembro de 2024

Agronegócio

Produtor de Itapejara do Oeste colhe soja sem uso de agrotóxico

Itapejara do Oeste é o primeiro município paranaense a colher soja. Surpreende, a alta produtividade das lavouras, entre 170 e 180 sacas por alqueire. Os produtores comemoram os bons resultados, que podem ter sido alcançados com a adoção do Manejo Integrado de Pragas e de Doenças, sob a orientação da Emater. Em algumas áreas foi possível colher o grão sem fazer aplicação de agrotóxico. A redução no uso de produtos químicos também diminuiu os custos de produção.
Cerca de 25% dos 15.200 hectares com soja cultivados em Itapejara do Oeste estão em fase de maturação, no ponto de colheita. De acordo com o extensionista da Emater, Lari Maroli, até fevereiro as colheitadeiras devem estar a campo, a todo vapor. Há cinco anos o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e o Manejo Integrado de Doenças (MID) fazem parte da rotina de um grupo de agricultores.
Os extensionistas acompanham, diretamente, 50 agricultores, o que significa uma área de 1.500 hectares. O município conta com uma Unidade Demonstrativa onde foi instalado um coletor de esporos. O equipamento registra a ocorrência do fungo causador da ferrugem.
Com base nessa informação e a análise das condições climáticas, o técnico determina se é necessário, ou não, fazer o controle da doença com algum produto químico. Em outras duas unidades foram feitos o MIP e MID, além da inoculação e co-inoculação das sementes, práticas que aumentam a produtividade da soja. Essas duas práticas foram desenvolvidas em parceria com a Embrapa.
De acordo com Lari Maroli, em duas unidades acompanhadas não foi usado fungicida nem inseticida. Para conseguir esse resultado, foi preciso um acompanhamento semanal para perceber se a ocorrência de pragas ou doenças era uma ameaça para as lavouras. “Numa das URs a produtividade chegou a 182 sacas por alqueire, mas o custo foi bem menor porque não foi preciso aplicar nenhum produto nas lavouras”, informou o extensionista. Ele acrescentou que, em média, os produtores que não têm esse acompanhamento fazem até três aplicações por safra. “É uma despesa alta, entre R$ 400 a R$ 500 por alqueire em cada aplicação. Tem produtor que aplica inseticida, fungicida e um acaricida”, disse Maroli.
Redução de custos – O trabalho das Unidades Demonstrativas de MIP e MID está chamando a atenção dos agricultores do município. “São os próprios produtores que divulgam os resultados dessa prática. Um vizinho fica sabendo, já conta para o outro. E cada vez mais gente tem procurado informação sobre o manejo integrado”, acrescentou o extensionista. O maior argumento para a adoção do MIP e MID tem sido um só, a redução dos custos para o produtor.
Na safra 2018/2019 os extensionistas acompanharam 249 agricultores em todo o estado que adotaram o MIP e MID. Esses produtores conseguiram reduzir as aplicações de inseticidas em 50% e o uso de fungicidas em até 33%, em comparação a áreas que não implantaram essas tecnologias. Com isso, foi possível aumentar a rentabilidade econômica das lavouras. Toda a sociedade também ganha, pois a redução do uso de agrotóxicos representa um ambiente mais saudável.

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Paraná suspende queima controlada no campo - Conexão Agro
Coluna 205 - Paraná suspende queima controlada no campo
11/09/2024

Paraná suspende por 90 dias queima controlada no campo para prevenir incêndios; pesquisador da Embrapa Soja orienta produtores como enfrentar o clima seco e os efeitos da La Niña na safra 2024/25. Confira as notícias do campo no podcast “Conexão Agro”.

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