Maggi destacou as singularidades de cada país da América Latina, no que se refere à produção de alimentos, e também a necessidade de facilitar ainda mais a integração e as trocas comerciais na região.
“Para nós, no Brasil está muito mais fácil produzir, aumentar volumes, do que vender, colocar as mercadorias em outros países. Então, nossa avaliação é de que, ao invés de discutir novas tecnologias, precisamos harmonizar as regras aqui na América Latina, no Mercosul”, disse o ministro. Ele lembrou que entre Brasil e Argentina já há pré-acordos.
“Isso é o que faz com que haja maior fluxo entre um e outro país, com que aqueles que são bons produtores de alguma mercadoria possam vendê-los sem muitos empecilhos, sem muitas dificuldades” , afirmou.
Abertura de mercado
“Temos países que são muito fortes na agricultura, que já andaram muito, como o Brasil. E que, hoje, em vez de apoio ao agricultor diretamente, dentro da propriedade, com novas tecnologias, é muito maior a importância de abertura de mercado, do que propriamente o fomento à produção”, comentou.
Blairo Maggi observou que está em discussão o fato de haver muita tecnologia chegando, muita informação, startups fazendo coisa novas. Mas tudo isso custa ao produtor, ao mesmo tempo em que todo mundo quer continuar recebendo produtos bons e baratos à mesa. O ministro questionou:
“Então quem vai pagar essa conta no final?”
De acordo com Maggi, a preocupação deve servir de alerta para aqueles que estão trabalhando com inovação. Os custos não podem subir muito, acredita.
“O produtor pode aumentar a produtividade, a produção, mas se não aumentar a renda não adianta nada, não é sustentável”, afirmou.
Maggi disse que sustentabilidade não está relacionada na agricultura, somente com questão do meio ambiente, do trabalho, mas também ao aspecto financeiro.
A estimativa é de que população da América Latina crescerá 35% até 2080. A região conta com um terço das reservas de água do mundo e também da área arável. O objetivo do fórum é analisar desafios e oportunidades no setor agrícola para atender a necessidade crescente de produção de alimentos no mundo.
Participaram da plenária, na abertura do fórum, participaram, além do ministro, representantes de governos de países da América Latina e de empresas privadas do setor de alimentos e bebidas , além do chefe da Iniciativa do Sistema Alimentar do Fórum Econômico Mundial, Sean de Cleene.