Segundo a OIC, a produção global de café no ano-safra 2019/20 (outubro-setembro) deve totalizar 168,006 milhões de sacas, queda de 2,9% na comparação com 2018/19 (173,092 milhões de sacas). Houve um ligeiro aumento no dado, já que em junho a previsão era de 167,906 milhões de sacas. A produção mundial de café arábica está estimada em 95,371 milhões de sacas em 2019/20 (-5,4%). Por outro lado, a safra de robusta deve aumentar 0,5%, totalizando 72,634 milhões de sacas.
Já o consumo global de café em 2019/20 é visto pela OIC em 168,492 milhões de sacas, com crescimento anual de 0,3% (167,936 milhões de sacas em 2018/19). Em junho, o consumo estava projetado quase dois milhões de sacas abaixo, em 166,058 milhões de sacas.
Assim, se todos esses números forem confirmados, o mercado global de café terá um déficit de 486 mil sacas. Em junho, a OIC indicava um superávit de 1,848 milhão de sacas. O maior otimismo da OIC quanto à recuperação do consumo, em meio às menores restrições do comércio e menor distanciamento social na pandemia do Covid-19, levou à essa revisão drástica nos números.
De certo modo, essa estimativa “casa” com recentes altas do café nas bolsas de futuros (em que pese algumas correções). Na Bolsa de Nova York, o arábica subiu bastante, com o mercado já focando na próxima safra brasileira de café, de 2021, que deve ser menor devido à bienalidade, e também um consumo mais ativo.
O indicador de preço composto da Organização Internacional do Café (OIC) subiu 4,7% em julho, para 103,665 centavos de dólar por libra-peso na média do mês (contra 99,05 centavos em junho), atingindo o melhor momento desde fevereiro e interrompendo três meses consecutivos de queda.
Os preços para todos os grupos de café aumentaram em julho de 2020, embora o maior aumento mensal tenha ocorrido na categoria “Brazilian Naturals”, que cresceu 5,8%, para 97,96 centavos de dólar.
Revista Cafeicultura/ Agência SAFRAS/Lessandro Carvalho