Apesar da estimativa de analistas apontarem que a derrubada da alíquota da importação de arroz, como medida para segurar a alta de preços, não resolverá o problema, o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Guilherme Bastos, afirmou que os preços da cesta básica estão no ponto máximo. Ele acredita que, no mês que vem, a instabilidade será menor. A afirmação foi feita durante a apresentação do 12º Levantamento de Grãos nesta quinta-feira (10).
Porém, não é o que avaliam especialistas de mercado, que apontam que a liberação da taxa de importação do arroz para países fora do Mercosul não é solução a curto prazo. O cereal importado deverá demorar para desembarcar no Brasil em até 60 dias. O que pode esticar a crise.
“Há um intenso movimento da indústria de beneficiamento, no país, na busca do produto no mercado internacional. A tarifa reduzida deve criar um novo teto de preços abaixo do patamar atual”, assegurou Bastos, afirmando que a isenção será precificada pelo mercado no curto prazo.
O presidente da Conab acrescentou que é importante destacar que, mesmo com o alívio das cotações, os preços ainda devem se manter lucrativos para os produtores de arroz.
“Com isso, o que esperamos é que se estimule um aumento de área plantada a ser colhida, a partir do começo de 2021, quando entra a safra, invertendo a tendência de queda nos últimos anos. A Conab estima um aumento da colheita em um patamar de 12 milhões de toneladas de arroz, o que representa um volume 7,2% maior”.
Sobre o feijão, o 12º levantamento estimada a produção em 3,2 milhões de toneladas ou 49 mil toneladas a mais que o índice passado.
O aumento de produção não refletiu na queda de preços. O presidente da Conab diz que isso se justifica pelo atípico comportamento de consumo na crise do coronavírus. Situação que resultou no aumento da alimentação nos domicílios.
“Em decorrência desse fato e da demanda das camadas mais vulneráveis da população, potencializada pelo auxílio emergencial, a Conab revisou o consumo interno de feijão para a Safra 2019/2020 para 3,20 milhões de toneladas ou 5% a mais em relação à estimativa divulgada em agosto. Este volume está bem ajustado à oferta estimada em 3,23 milhões de toneladas”, concluiu Barros.