No momento em que o Brasil conquista o status de País livre de febre aftosa com vacinação, um foco da doença na Colômbia, registrado em 15 animais provenientes da Venezuela, deixa o país em alerta. “Não vejo muito como risco sanitário para o Brasil, mas o país precisa aprofundar ainda mais os seus estudos em relação à possível paralisação das vacinações”, declarou o diretor de Pecuária da Sociedade Rural do Paraná, Ricardo Rezende.
Ele refere-se ao Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (Pnefa) que pode atestar o Paraná como área livre da doença sem vacinação, a partir do ano que vem. O último caso da doença registrado no Brasil foi em 2006 no Mato Grosso do Sul
“Esse foco na Colômbia é sinal de que este vírus está circulante em alguma região da América do Sul, então nós precisamos realmente aprofundar mais nossos estudos para termos segurança sobre a proposta do governo de paralisar a vacinação em alguns estados brasileiros”.
Em contrapartida, Ricardo Rezende, avalia que Brasil tomou as providências de controle ao saber do foco. “Mesmo que o foco tenha sido detectado longe da fronteira com a Venezuela, é preciso tomar providências nas barreiras.
O País reforçou a vigilância na região de fronteira internacional e emitiu um alerta às superintendências Federais de Agricultura do Amazonas e de Roraima. Na última quinta-feira (12), o Instituto Colombiano Agropecuário (ICA) informou que já havia sacrificado os 15 animais.
A situação está sob controle e não representa risco sanitário para o Brasil, segundo o Ministério da Agricultura (Mapa), além disso, a região já é tratada com atenção especial pelo serviço veterinário brasileiro permanentemente para evitar ingressos de animais que possam representar riscos de doenças.
A ocorrência está localizada cerca de 600 quilômetros da fronteira mais próxima do Brasil, no estado do Amazonas, sendo uma região de florestas e sem ocupação pecuária. A parte de maior importância para a sanidade animal fica na região de Pacaraima, em Roraima, cerca de 1.200 quilômetros da região de ocorrência da doença na Colômbia.
A fronteira do Brasil com a Venezuela também é caracterizada por presença de florestas e áreas acidentadas, praticamente sem ocupação pecuária. Por este motivo, a ocupação pecuária é muito baixa do lado venezuelano e não há histórico de focos de febre aftosa nos últimos anos.
Nesta região, o serviço veterinário oficial do Brasil, exercido pelo Mapa e pela Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (ADERR) atuam de forma permanente para a prevenção de ingresso da doença.