O frango congelado brasileiro voltará a entrar na África do Sul sem pagar imposto extra. O país suspendeu, por 12 meses, as tarifas antidumping que vigoravam desde dezembro do ano passado.
Até agora, o frango congelado do Brasil entrava no país africano pagando tarifas extras de 6% a 265,1%, além do Imposto de Importação. O governo sul-africano alegava que o produto brasileiro prejudicava os produtores locais.
Autorizada pela Organização Mundial do Comércio (OMC), a imposição de tarifas antidumping é justificada quando um país exporta um item abaixo do preço de custo. Pela legislação internacional, a prática é entendida como concorrência desleal.
Os ministérios da Economia e das Relações Exteriores negaram a acusação. Em nota conjunta, as duas pastas informaram que mantiveram diálogo constante com as empresas brasileiras investigadas e com as autoridades sul-africanas, inclusive mediante manifestações técnicas relativas à investigação de dumping. “O governo brasileiro seguirá atento ao caso na expectativa de que a suspensão temporária das tarifas antidumping se torne definitiva”, destacou o comunicado.
No ano passado, as exportações brasileiras para a África do Sul superaram US$ 1 bilhão, dos quais cerca de 17% corresponderam a exportações de cortes de frango congelados. “O Brasil é fornecedor confiável e competitivo de carne de frango. A produção brasileira é importante para a garantia da segurança alimentar em diferentes mercados, sobretudo no atual momento de desequilíbrio das cadeias internacionais de distribuição e de elevação geral de preços”, concluiu a nota conjunta.
Mercado chinês
As vendas de carne de frango à China registraram queda entre junho e julho. Segundo dados da Secex compilados pelo Cepea, 37,6 mil toneladas de carne de frango foram enviadas ao país no mês passado, baixas de 19,2% frente a junho e de expressivos 40,5% na comparação com julho/21.
O alto valor do produto nacional tem sido um dos motivos para a diminuição das vendas à China, que busca diversificar suas importações de carne e consegue, devido ao seu poder de barganha por conta do volume que importa, obter preços mais atrativos no mercado internacional.
Apesar do forte recuo no volume embarcado, o preço médio das exportações aumentou. Dados da Secex mostram que, em julho, a carne de frango brasileira teve média de R$ 11,81/kg, o maior patamar de preço em moeda nacional da série histórica, iniciada em 1997, sendo 6,2% maior que a cotação de junho e 31,4% acima do preço observado em julho/21.
Fontes: Agência Brasil e Cepea