quarta-feira, 25 de setembro de 2024

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Agricultura familiar mantém produção e sustenta programas sociais

A compra de alimentos da agricultura familiar, com volume a ser ampliado pelo aporte extra de R$ 20 milhões, será mantida no Paraná, apesar da pandemia do coronavírus. A determinação é do governo estadual. Associações e cooperativas de produtores têm a expectativa de manutenção dos planos de negócios.
Cerca de 3 mil famílias de agricultores passam a fazer parte do programa, totalizando 25 mil em todo estado.
Os alimentos fornecidos para a merenda escolar são entregues nas escolas por meio do Programa Leite das Crianças e kits para famílias vulneráveis.
Como as aulas estão suspensas, desde o dia 20 de março, as escolas da rede estadual de Educação do Paraná e servidores de outras secretarias estão mobilizados em uma força-tarefa para entrega com alimentos da merenda às famílias dos estudantes inscritos no Bolsa Família e também a alunos em situação de vulnerabilidade social.

“O governo do estado mantém intacta a recepção e a compra dos alimentos da agricultura familiar e, para manter operando aquilo que é essencial à vida, há uma intensificação nessa compra”, disse o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.

Para a presidente da Cooperativa da Agricultura Familiar de São Jerônimo da Serra (Coafi), Regiane Aparecida Moura, a garantia da continuidade do fornecimento de alimentos significa também uma vida mais digna para os próprios produtores. A organização tem cerca de 100 sócios.
“Quem mora no sítio e planta tem o que comer, não passa fome, no entanto precisa de dinheiro não apenas para as necessidades do dia a dia, mas para manter o ciclo da produção. Esse momento ímpar pegou de surpresa também a nós, mas estamos nos adaptando à realidade de cada dia”, afirmou a presidente.
A presidente da Cooperativa da Agricultura Familiar Matoriquense (Coamar), Lindamir Humeniuk, disse que as 171 famílias sócias estão com os produtos prontos para serem entregues. “Uma interrupção iria gerar muitos prejuízos”, afirmou.

Leite – Para a Copasol Trentina, em Piraquara, o programa mais importante é Leite das Crianças. Dos 92 sócios, 15 trabalham para o programa. “Até o momento estão sendo feitas as entregas normalmente três vezes por semana. Para a cooperativa, esse é o melhor programa, pois mantém os produtores na atividade e o laticínio de portas abertas, gerando emprego”, disse a presidente Maria Clara Jess Garcia.A Cooperativa de Comercialização e Reforma Agrária União Camponesa (Copran), com sede em Arapongas, abrange uma vasta extensão no Norte e Centro-Oeste, com mais de 1300 associados em assentamentos da reforma agrária.

A Cooperativa dos Cafeicultores de Pirapó (Coocapi), em Apucarana, tem 191 cooperados produzindo café e hortifrútis. “A maioria de nossos cooperados é pequeno agricultor e o programa de governo faz muita conta no bolso desses produtores”, disse o presidente Oswaldo Bueno. “Muitas dessas famílias vivem desses programas de governo e isso é o que está acontecendo.”

Apesar das dificuldades, as 57 famílias da Associação dos Profissionais e Produtores Rurais de Floraí e Região (Proflora) estão produzindo, informa o presidente Joaquim Bera. “Com a assistência dos governos estadual e municipal as compras não pararam, os pagamentos são realizados mensalmente e os agricultores recebem por seus produtos, para sua manutenção e continuidade das atividades”, disse. “E isso tem um alcance social de relevância para os menos favorecidos.”

Certificação –  Para a Cooperativa Mista de Diversificação da Agricultura Familiar de Rio Azul (Comdaf), com 23 cooperados, busca na certificação de produtos orgânicos uma forma de expandir a comercialização. A entrega para programas sociais é recente. “Poder contribuir para o fornecimento de alimentos saudáveis a pessoas de baixa renda, sobretudo neste momento tão delicado é para nós um impulso para produzir ainda mais e melhor”, disse o presidente da entidade, Heliton Miranda.

A não descontinuidade da entrega de produtos trouxe alívio para a Cooperativa Marialvense dos Fruticultores (Comafrut). “A medida adotada pelo governo de continuar entregando os produtos da agricultura familiar e direcionar para as famílias carentes é um alento”, disse o presidente, Nelson Ricieri. Comafrut representa 172 cooperados.

A Cooperativa dos Agricultores Familiares da Região de Maringá (Coafam), com sede em Mandaguaçu, possui cerca de 160 agricultores associados que comercializam seus produtos diretamente em projetos institucionais. “É de extrema importância para eles a liberação para entregar neste período, pois garante renda e destino aos produtos”, disse a gerente administrativa/financeira da entidade, Gabriela Sartorelli da Silva Margonar.

Agroindústrias –  Na Cooperativa Mista Triunfense dos Agricultores e Agricultoras Familiares (Cooftril), de São João do Triunfo, 80 cooperados não pararam de plantar e colher. Também estão em atividade as três agroindústrias e a cozinha comunitária.

“A agricultura familiar sabe de sua importância, foi ela que sempre forneceu alimentos de qualidade para a população brasileira e também nesse momento de pandemia cumpriremos a nossa função”, disse a presidente Silvia Mara Woiciechowski.

Para ela, o que precisa agora é um reforço na infraestrutura e logística, com disponibilização de material de segurança, como máscaras, luvas e álcool em gel para as organizações da agricultura familiar e escolas.

A solução para o escoamento dos produtos é a continuidade dos programas sociais, acredita a Associação União, de Castro, que congrega aproximadamente 150 agricultores familiares.

“Há muitos hortifrútis que estão passando da hora de colher e alguns já se perderam”, disse o presidente Oseias de Oliveira. Para ele, não apenas os produtores podem se beneficiar. “A gente sabe que muitas crianças vão para a escola e não têm alimentação em casa, a principal é feita nos colégios, por isso a preocupação é grande.”

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