sábado, 07 de setembro de 2024

Financeiro

Agro impulsiona oferta de serviços financeiros

Tags: Banco Central, cvm, fidcs, financeiro

O novo modelo proposto pelo Banco Central (BC) sobre operações de serviços financeiros – Open Banking –, que começou a ser implantado no início deste ano, deve agilizar o processo de democratização do crédito no agronegócio. Empresas, entidades e cooperativas do segmento podem, por meio da criação de fintechs (empresas de tecnologia voltada para o setor financeiro), oferecer crédito não só para custeio e investimento, mas também para financiamentos de produtos ou serviços pessoais.

De acordo com Walter Henrique Fritzke, consultor em estruturação de fundos do Martinelli Advogados, a reforma capitaneada pelo BC facilitou a entrada de empresas e cooperativas no setor financeiro e a ampliação de oferta de crédito aos seus clientes e a toda cadeia de valor. O Martinelli Advogados é um dos maiores escritórios de advocacia empresarial do Brasil e referência no agronegócio, atuando em todo o território nacional por meio de suas 16 unidades.

Dados coletados pelo escritório, elaborados pela CVM, apontam que ao final do primeiro semestre deste ano, a carteira de Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs) para o agronegócio somou R$ 6,3 bilhões. O valor ainda é tímido em relação a outros setores da economia, a exemplo da indústria, que somou uma carteira de mais de R$ 61 bilhões, mas Fritzke acredita que a partir de agora esse número tende a crescer.

Ele explica que o agro já tem uma cadeia de consumo estabelecida e as instituições do setor conhecem muito bem as necessidades de seus clientes. “O produtor não vai ao banco para tomar um cafezinho como faz em uma revenda ou cooperativa. Isso facilita o processo”, observa.

Walter Henrique Fritzke, consultor

Fritzke lembra que, no passado, entrar no sistema financeiro era difícil e moroso. Agora, uma empresa, entidade ou cooperativa pode criar uma fintech ou mesmo alugar uma como forma de oferecer mais um serviço ao seu cliente. “Vejo com bons olhos o agronegócio colocar a oferta de crédito em sua cadeia de valor”, salienta o especialista, que destaca que isso só foi possível graças a uma evolução que aliou a tecnologia com o sistema financeiro.

O especialista em estruturação de fundos do Martinelli observa que, com o uso de ferramentas tecnológicas, qualquer empresa ou cooperativa pode ter uma financeira sem ser uma. Por meio dela, pode-se oferecer crédito pessoal, para custeio, investimento, venda de seguros, emissão de títulos de crédito, entre outros serviços. “Agora, o produtor pode pegar através da sua cooperativa, por exemplo, um financiamento da safra ou até mesmo para comprar um carro novo”, exemplifica.

Segundo Fritzke, não há limites de movimentação para essas fintechs. “É um caminho sem volta, pois o número dessas estruturas tende a crescer e o agro deve obter mais pontos de crédito”, avalia. Em relação aos riscos, frisa o especialista, o único ponto delicado nesta seara é em relação à inadimplência.

Crédito pulverizado

Walter Henrique Fritzke comenta que a oferta de crédito por empresas já era realizada no varejo para a aquisição de um determinado produto. O Embedded finance (finanças embutidas – na tradução livre), é o termo utilizado para se referir à inclusão de serviços financeiros próprios ao portfólio de produtos já oferecidos por empresas que não atuam necessariamente no setor financeiro (de varejistas a empresas de telefonia e tecnologia).

Para o agronegócio, essa inclusão poderá aumentar os serviços disponibilizados pela revenda ou cooperativa de forma personalizada, pois o produtor está em contato constante com os seus fornecedores. Além da relação direta, as empresas e cooperativas do agronegócio já possuem os dados dos seus clientes e cooperados. Porém, alerta Fritzke, essas informações devem ser trabalhadas de acordo com a nova Lei de Proteção de Dados (LGPD).


 

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