sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Agronegócio

Agrobit Brasil conecta produtores e players do agronegócio a tecnologias sustentáveis 

A primeira edição do Agrobit Brasil atraiu mais de 2 mil pessoas interessadas nas tecnologias desenvolvidas para o agronegócio, nos últimos dias 20 e 21, no Parque de Exposições Ney Braga, em Londrina (PR). Produtores rurais e players do setor tiveram a oportunidade de se inteirar sobre o que há de mais novo em tecnologias para evitar perdas, aumentar produtividade e reduzir custos no campo.

De acordo com a Sociedade Rural do Paraná, promotora do evento, pelo menos 50% do público eram produtores, além de técnicos agropecuários e representantes e empresários de agroindústrias.  Evento reuniu profissionais de vários estados brasileiros e também da Austrália, EUA, Israel, França e Paraguai.

Mais de 50 especialistas do setor, entre palestrantes e painelistas, repassaram informações e ferramentas tecnológicas ao público em eventos que ocorreram paralelamente, em cinco espaços distintos. 

Agtechs 

Destaque para o espaço Smart Farm, que reuniu 44 agtechs de 27 cidades de dez estados. Os empreendedores do setor expuseram seus produtos inovadores que estão invadindo o campo com soluções para incrementar a renda das propriedades rurais.  

Entre as participantes, a agtech londrinense Termoplex mostrou solução para o controle inteligente de armazenamento de grãos. O sistema inovador de termometria e aeração controla a temperatura e umidade nos silos de grãos, visando qualidade do produto, redução de perdas de grãos e economia de energia. A solução tecnológica garantiu a Termoplex o 3º lugar no Sebrae Like a Farmer – batalha de pitches que aconteceu no Agrobit Brasil 2018. (Para saber mais, veja link no final da matéria)

“Trabalhamos com sistema automático e manual para que a aeração seja feita no momento adequado, pensando em sustentabilidade, com leitura mais eficiente do que a analógica”, explicou o responsável pela instalação do sistema, Wagner dos Santos, acrescentando que a leitura é feita através de uma espécie de site, que recebe as informações colhidas por um equipamento instalado no silo e que registra a temperatura e pressão do ar, entre outros dados.  

A Elysios, startup de Porto Alegre, que está incubada dentro da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), nasceu há cerca de três anos com o intuito de plantar tomates. Hoje, a empresa oferece solução de inteligência agrícola para controle, sensoriamento e automação de cultivos para aumentar a produtividade, com menos insumos. Utilizando o Demetra, que é a plataforma de controle e automação desenvolvida especificamente para o cultivo de hortaliças, leguminosas, folhosas e frutos, o produtor terá total controle sobre a plantação com informações fundamentais para melhorar o gerenciamento da sua produção. 

“O sistema utiliza informações sobre as necessidades das plantas para a tomada de decisão exata, elevando a produtividade ao mesmo tempo que reduz os custos operacionais do plantio”, explica. Segundo o gerente de produção, Denis Soares Dias, com essas soluções, o produtor vai deixar de desperdiçar água e poderá economizar até 80%, o que representa também menor aplicação com insumos. “Uma das preocupações da Elysios é levar a tecnologia sem assustar o produtor, ao mesmo tempo em que mostra que é possível otimizar seu tempo e reduzir custos”.   

Na mesma linha de trabalho de controle de produção, a AgexTec, uma startup do Rio Grande do Sul, representante autorizada da empresa americana Next Season Systems (NSS), que trouxe para o mercado brasileiro dois aplicativos que municiam o produtor rural sobre as condições da lavoura, as recomendações de manejo e apontam o balanço hídrico e nutricional do solo. De acordo com o diretor de operações da Agextec, César Augusto Fensterseifer, a empresa adaptou ao mercado brasileiro duas soluções digitais. Uma delas é a agenda digital de manejo (NSS-Papyrus), onde o produtor, com apenas cliques, alimenta o sistema sobre as atividades realizadas na lavoura e outra é uma plataforma (NSS-ERIS), onde o produtor poderá visualizar os efeitos de cada manejo adicionado na agenda digital. Os softwares cruzam as informações e enviam alertas ao produtor, em casos de excesso ou escassez de nutrientes, melhor data de semeadura, recomendações de irrigações, entre outros. 

Startups que oferecem ambiente de negociação para aproximar compradores e vendedores de produtos se destacam no agronegócio. Na vila tecnológica Smart Farm, a OSalim, empresa de Curitiba, apresentou um aplicativo de negócios em que é possível enviar e receber ofertas sem a necessidade de intermediários. “Estamos incluindo no serviço a tecnologia blockchain e assinatura digital, o que garante mais segurança nas negociações”, afirma o empresário Juan Pablo Cruz.    

A agtech curitibana AgroRaptor demonstrou seu drone, o primeiro do mercado com duas câmeras simultâneas, que coleta imagens, gera mapas e índices agronômicos demostrando os pontos de atenção da lavoura, que precisam ser monitorados. “Conseguimos através de georreferenciamento mostrar as coordenadas exatas daqueles pontos em que o produtor tem que tomar algum tipo de ação, seja durante o plantio, crescimento da planta e até mesmo depois da colheita para as próximas safras”, explicou o gerente de projetos da AgroRaptor, Vinicius Juvinski. De forma diferenciada no mercado, a startup não vende o aparelho, mas o serviço de drone, deixando o agricultor livre de custo de aquisição, operador, manutenção, treinamento e o trabalho de processamento e análise de imagens.  

Mesmo não havendo regulamentação de alimentos à base de insetos no Brasil, já tem agtech produzindo shake e refrigerante à base de insetos criados em laboratório. Nove estudantes do 2º ano do curso técnico de Alimentos, do Instituto Federal do Paraná (IFPR), do campus de Jacarezinho, criaram a agtech Kucaracha em agosto deste ano e já apresentaram as duas bebidas ao público do Agrobit. “Esperamos que em breve, alguma portaria ou resolução mude o cenário, para que esses alimentos que são totalmente seguros para alimentação humana, comprovadamente livres de bactérias, sejam liberados”, espera a doutora em ciências biológicas e professora orientadora da pesquisa, Fabíola Dorneles Inácio.  

Curso de drone  

Curso ministrado pelo instrutor Thamylon Camilo Dias, sócio da startup Grupo Novo Olhar de Campo Grande (MS), apresentou  vários tipos de drones para a agricultura, que vêm sendo utilizado nas mais variadas aplicações, desde monitoramento de pragas, doenças, medição de áreas, contagem de plantas, pulverização, distribuição de inimigos naturais, entre outras como meio ambiente e conservação do solos.  

A startup desenvolve a plataforma de processamento de imagens de drones e extração de informação. “O drone é um robozinho que está à disposição do agricultor e profissionais da área e isso traz um ganho significativo na mão de obra, como economia com diesel e tempo. Posso mapear uma fazenda de mil hectares em um dia, onde teria que ter 10 colaboradores andando de um lado para o outro e levar uma semana para trazer os resultados”, diz Thamylon, acrescentando que a atuação da startup é com foco na agricultura de precisão, indicando a quantidade adequada de insumo para ser alocada no lugar certo.  

A empresa atua no Brasil todo e assinou um termo de cooperação técnica com a Embrapa, para desenvolver pesquisas voltadas ao gado de corte e sistema de Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF).

Leia mais:

https://conexaoagro.com.br/2018/11/24/agtech-londrinense-fica-em-3o-lugar-no-sebrae-like-farmer/

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Paraná suspende queima controlada no campo - Conexão Agro
Coluna 205 - Paraná suspende queima controlada no campo
11/09/2024

Paraná suspende por 90 dias queima controlada no campo para prevenir incêndios; pesquisador da Embrapa Soja orienta produtores como enfrentar o clima seco e os efeitos da La Niña na safra 2024/25. Confira as notícias do campo no podcast “Conexão Agro”.

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