Grande responsável pelo crescimento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o agronegócio não conseguiu segurar os empregos na atividade, que caíram 1,6% em 2017 em comparação ao ano anterior. A queda mostra que se 18,53 milhões de pessoas estavam empregados em 2016, o número baixou para 18,24 milhões no ano passado. Os dados são de uma pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/ USP).
Na mesma comparação, o contingente de ocupados no Brasil, como um todo, ficou praticamente estável, encerrando o ano com 90,6 milhões de pessoas empregadas. Assim, segundo cálculos do Cepea, a participação do agronegócio, no total de ocupados no Brasil, foi de 20,1% em 2017, contra 20,5% no ano anterior.
Considerando-se a avaliação por segmentos, pesquisadores do Cepea destacam que a redução dos ocupados no agronegócio foi influenciada unicamente pelo segmento primário, que registrou baixa de 6% no contingente de trabalhadores. Já os empregos nos elos industriais e de serviços aumentaram em 2017.
Destaca-se a contradição na agropecuária. Enquanto o PIB (em volume) desse segmento cresceu cerca de 17,1% em 2017 (consideradas informações até novembro/17), a mão de obra relacionada a essas atividades foi 6% menor.
Análises anteriores divulgadas pelo Cepea mostram que o ano passado foi marcado pela redução da população ocupada na agropecuária, principalmente trabalhadores rurais por conta própria, localizados principalmente no Nordeste, e vinculados a atividades de menor importância econômica, no que se refere a valor de produção – o que explica os movimentos em direções divergentes para PIB e trabalho.
Quanto aos níveis de escolaridade, houve baixa relevante no número de ocupados sem instrução no agronegócio (-34,3%), com aumentos para todas as demais categorias, sobretudo para pessoas com Ensino Superior.
Avaliando-se por gênero, a queda nos ocupados do agronegócio foi marcada essencialmente por homens, com o contingente de mão de obra feminina no agronegócio permanecendo praticamente estável frente a 2016.