terça-feira, 24 de setembro de 2024

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Auxílio emergencial beneficia 68% da população rural brasileira

Na nona edição especial temática de “Coronavírus e o Agronegócio”, pesquisadores da equipe de macroeconomia do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, avaliam o impacto da pandemia e das medidas de socorro, especificamente do auxílio emergencial do governo federal, sobre as condições de vida da população do Brasil rural entre maio e junho de 2020.

De acordo com pesquisadores, o auxílio emergencial aumentou a renda e reduziu a pobreza no Brasil rural. Em maio, 64% da população rural do País teve acesso ao benefício governamental e, em junho, a cobertura aumentou, chegando a 68% dos moradores de domicílios rurais. E essa ampliação da cobertura, segundo pesquisadores do Cepea, favoreceu sobretudo os mais pobres: nos domicílios da mais baixa faixa de renda, a cobertura passou de 85% para 92%.

Pesquisadores verificaram que auxílio emergencial teve grande impacto positivo na renda domiciliar média no período, mantendo o poder de consumo nas faixas mais altas e o ampliando nas mais baixas. Graças ao auxílio, a renda média efetivamente recebida pelas famílias da mais baixa faixa de renda foi de R$ 956 em junho, valor que representou 362% da renda habitualmente recebida por essas famílias, de R$ 264.

Nesse sentido, o auxílio do governo federal foi essencial para reduzir a pobreza e também a pobreza extrema no meio rural diante da pandemia no período, e o efeito positivo se acentuou de maio para junho. Em junho, o auxílio emergencial foi responsável por retirar 7,3 milhões de pessoas da pobreza extrema no Brasil rural, reduzindo de 27,7% para 3,5% a parcela da população abaixo da linha de pobreza extrema. Considerando-se a linha mais branda, a redução na taxa de pobreza devido ao auxílio foi de 21,8 pp, de 55,6% para 33,8%. Isso evidencia que o benefício contribuiu sobremaneira para ampliar o número de não pobres e reduzir significativamente o número de extremamente pobres no meio rural.

Desafio

Pesquisadores do Cepea ressaltam que, embora se trate de uma política essencial com efeito importante de proteção social nesse período, sua continuidade em um prazo maior é pouco viável considerando-se a situação fiscal do País. A depender da velocidade da retomada da atividade econômica, e então do mercado de trabalho (que tende a ser mais lenta), após o eventual “controle” da situação sanitária e afrouxamento das medidas de isolamento social, a situação das famílias rurais mais pobres poderá se tornar demasiadamente preocupante sem o auxílio, impondo um desafio importante aos formuladores de política.

Diante desse quadro e dessas perspectivas, pesquisadores do Cepea indicam que fica ainda mais óbvia a premência de um programa de renda básica – ou assemelhado – como os que vêm sendo propostos por várias instituições de pesquisa e no âmbito dos poderes executivo e legislativo. O aperfeiçoamento do Cadastro Único (das famílias em situação de pobreza e extrema pobreza), que permitiria uma fusão racional das atuais medidas assistenciais, está na base das propostas existentes, e a questão de fundo é qual será a fonte de recursos no atual cenário e no horizonte previsível de alguns anos.

Fonte: Cepea – Esalq/USP

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