sábado, 27 de julho de 2024

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Bioinsumo pode aumentar a produção brasileira de lúpulo

Tags: agroindustria, Cooperativismo, crédito, embrapa

O Brasil pode deixar de depender das importações de lúpulo, o ingrediente mais caro na produção de cerveja. Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estão testando insumos biológicos para aumentar a produção de mudas em menos tempo. O país importa quase 100% do lúpulo, responsável pelo aroma e sabor da cerveja.

Estudos da Embrapa mostram que a produção de lúpulo pode se beneficiar da ação de bactérias e fungos. Seguindo o exemplo de outras culturas em que os bioinsumos (insumos biológicos) já são utilizados para aumentar a produtividade, experimentos com mudas inoculadas com bactérias Azospirillum permitiram aumentar a biomassa da parte aérea da planta em 52%.

“Nossa perspectiva é obter um bioinsumo que estimule a produção de mudas mais vigorosas, com menos tempo no viveiro e que traga benefícios em relação à produtividade e, quem sabe, até mesmo à qualidade sensorial do lúpulo”, explica o pesquisador Gustavo Xavier, da divisão de Agrobiologia da Embrapa, com sede no Rio de Janeiro.

A obra é um dos projetos da Rede Lúpulo, um esforço que visa criar condições para impulsionar a produção agrícola no país.

Investigação
O experimento foi realizado no Viveiro Ninekasi, localizado em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro, e é o primeiro reconhecido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária a produzir mudas de lúpulo no Brasil.

Os pesquisadores analisaram bactérias e fungos armazenados no Centro de Recursos Biológicos Johanna Döbereiner, também no estado do Rio de Janeiro. Estes são microrganismos conhecidos por promover o crescimento das plantas, mas ainda não se sabia se eles teriam algum benefício no lúpulo.

Além de realizar novos testes de campo com diferentes bactérias da coleção biológica da Embrapa Agrobiologia, os pesquisadores querem saber como o lúpulo interage com outros microrganismos, como fungos e bacilos. “Embora os resultados sejam preliminares, eles apontam para o potencial de expansão desses bioinsumos no cultivo do lúpulo”, acrescenta Xavier.

No entanto, a pesquisa sobre lúpulo não se concentra apenas em microrganismos. Como uma cultura recente na região, há muito poucas diretrizes de manejo, colheita e pós-colheita que levam em conta as características e necessidades locais. Pensando nisso, pesquisadores dos três centros da Embrapa no Rio de Janeiro vêm trabalhando para desenvolver tecnologias e informações adequadas para a produção e para o mercado. Os cientistas querem obter lúpulo de qualidade diferenciada, especialmente no que diz respeito às características aromáticas.

Produção
Em 2021, o Brasil importou aproximadamente 4,7 mil toneladas de lúpulo, totalizando mais de R$ 450 milhões, segundo a Embrapa. Para reduzir essa dependência, o cultivo de lúpulo está se espalhando para além do Rio de Janeiro, para estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Norte. A maior parte ocorre em pequenas fazendas de até um hectare, para satisfazer a produção local das microcervejarias.

Para produzir cerveja, os quatro ingredientes básicos são água, trigo, cevada e precisamente lúpulo, considerado o tempero da bebida. É o que lhe dá aroma e sabor, mas também é o insumo de produção mais caro. Geralmente é vendido em embalagens de 400 gramas, que podem custar até R$ 300.

Fonte: Agência Brasil

 

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