Comitiva de veterinários brasileiros e venezuelanos iniciaram na última sexta-feira (9) a vacinação contra a febre aftosa de rebanhos venezuelanos. O rebanho da comunidade indígena de Acurimã, no município de Gran Sabana, foi o primeiro a ser vacinado na etapa inicial do plano de vacinação para erradicar a aftosa na Venezuela. A campanha de erradicação da doença no país vizinho é uma ação conjunta entre Brasil e Venezuela. A Venezuela é o único país das Américas que ainda não é reconhecido livre da doença, em todo o seu território, pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
“No primeiro dia, foram vacinados 357 animais nas comunidades indígenas de Gran Sabana. E para os próximos três dias, de segunda-feira (12) até quarta-feira (14), já estão agendadas as vacinações em mais nove propriedades”, informou o veterinário Elvio Cazola, da SFA de Mato Grosso do Sul, que integra a comitiva.
A missão é vacinar, a partir da fronteira do Brasil para o interior da Venezuela, todo o gado em Gran Sabana (560 cabeças, estimativa não-oficial) e no município vizinho de Sifontes (6.700 cabeças, não-oficial), fazer as inspeções clínicas, registrar os rebanhos e as propriedades. As vacinações são precedidas de agendamento autorizado pelo proprietário ou responsável da propriedade.
O plano de erradicação na Venezuela prevê três vacinações anuais para imunização do rebanho estimado em 15 milhões e 450 mil cabeças, segundo dados da Cosalfa-OIE de 2017: duas vacinações de todos os animais, de mamando a caducando, e uma vacinação somente de animais jovens.
Guilherme Marques, diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e delegado do Brasil na OIE, disse que a operação conjunta na Venezuela interessa a toda a América do Sul, em especial ao Brasil. “Não é simplesmente uma questão humanitária, mas de estratégia e segurança. Existe um plano hemisférico de combate à doença.” (As informações são do Mapa)