quarta-feira, 16 de julho de 2025

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Brasil poderá ser autossuficiente em trigo em três anos

Tags: Show Rural Coopavel, trigo, Triticultura

Diante do atual cenário mundial da agropecuária e de um número cada vez maior de cultivares de alta performance, como mostra o Show Rural Coopavel de Inverno, o Brasil poderá ser autossuficiente na produção de trigo em três anos. A afirmação é do engenheiro agrônomo e consultor de mercados agrícolas Vlamir Brandalizze e foi feita na palestra de encerramento do primeiro dia da terceira edição da mostra de tecnologia, ontem (23), em Cascavel, no Oeste do Paraná – evento segue até amanhã (25).

O conflito entre Rússia e Ucrânia, dois dos maiores produtores e exportadores do grão, a demanda em alta e os estoques reduzidos confirmam o trigo como “a bola da vez”, destacou Brandalizze. E o Brasil vê na cultura do trigo perspectivas animadoras. A safra atual deverá render nove milhões de toneladas. A demanda interna ainda é de 13 milhões, com importação de quatro milhões. Mas com o crescimento das áreas de cultivo do trigo, principalmente no Sul, e com variedades com produtividade acima dos seis mil quilos por hectare, como mostra o Show Rural de Inverno, o País tem tudo para chegar à autossuficiência em três anos.

A tendência de preços para o trigo acompanha a expectativa de avanços da cultura no Brasil, ainda o segundo maior importador do grão, atrás apenas da China. Na safra de 2022, a China deverá alcançar 138 milhões de toneladas, a Rússia 88 milhões, os Estados Unidos 48,5 milhões e a Ucrânia 19,5 milhões. A produção mundial chega a 779,6 milhões de toneladas, similar ao consumo atual. “A situação do cereal, diante do cenário global, é tão favorável aos triticultores que hoje o valor da tonelada na Bolsa de Chicago é praticamente o dobro do que era há alguns anos”.

Desafios

Há outros fatores associados que indicam o avanço da importância do Brasil como o maior celeiro de grãos no futuro. A Ásia está com ondas de calor acima da média, a Índia registra seca extrema, a China enfrenta gradual processo de desertificação e a estiagem afeta inúmeras regiões da Europa. O panorama cria dificuldades também para a soja e o milho, com estoques cada vez mais baixos. Esses limitadores colocam a ONU (Organização das Nações Unidas) sob alerta e o mundo se volta aos potenciais produtivos do Brasil.

“Em razão dessas circunstâncias todas, associadas à guerra entre Rússia e Ucrânia, o mundo consumirá menos nos próximos anos do que poderia. Mas temos aqui um horizonte favorável à frente”, disse Vlamir Brandalizze. O Brasil é o único país com áreas abundantes para a expansão de suas culturas e em 2030 deverá alcançar aproximadamente 340 milhões de toneladas de grãos. E tudo isso produzindo com sustentabilidade e com respeito ao meio ambiente.

Rússia se preparou

Brandalizze apresentou um relato detalhado sobre o conflito iniciado em 24 de fevereiro entre Rússia e Ucrânia. Ao contrário do que analistas e líderes europeus principalmente previram, o presidente Vladimir Putin não caiu e a economia do seu país não sucumbiu. “A Rússia se fortaleceu e isso tem explicação na história. A Rússia é feita de guerreiros e jamais perdeu uma guerra, enquanto que a Ucrânia é feita de agricultores”. Devido ao seu clima e solo, o analista diz que a Ucrânia é o maior concorrente brasileiro no agro. Mas face ao conflito, ela precisará de muitos anos para se recuperar.

O retorno do governo de esquerda na Argentina cria dificuldades imensas ao país vizinho, que tem problemas nas áreas de carnes e grãos. Há, inclusive, problemas sérios de abastecimento de diesel e em razão dos custos elevados a área de cultivos têm caído acentuadamente. “É uma pena, mas o governo argentino está matando a galinha dos ovos de ouro. E mais uma vez, o Brasil se beneficia com esse quadro já que depois de sua maior estiagem, principalmente no Sul, passa a viver ciclos positivos”.

Tendências

Em 2030, já com oito bilhões de habitantes, o mundo produzirá e consumirá 3,4 bilhões de toneladas de grãos. De milho serão 1,5 bilhão de toneladas e dessas 250 milhões sairão do Brasil. Já na soja serão mais de 500 milhões de toneladas e dessas pelo menos 200 milhões serão colhidas aqui. No fim de sua exposição, Brandalizze respondeu a perguntas de técnicos e produtores rurais presentes à palestra.

Fonte: Ascom

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