O Parlamento Europeu aprovou, recentemente, uma série de restrições à importação de produtos agrícolas ligados a áreas de desmatamento. A medida, que foi aprovada por 453 votos e, entre os produtos citados, também está o café. Além da Europa, as atenções agora também se voltam para possíveis mudanças por parte dos Estados Unidos, principal parceiro comercial do Brasil.
O momento da aprovação pelo Parlamento Europeu vem com a mudança de visão internacional para os produtos brasileiros. Com a vitória nas urnas de Luiz Inácio ‘Lula’ da Silva (PT), podemos observar a volta do país à pauta ambiental, algo que é explicitado com a declaração do Ministro de Clima e Meio Ambiente da Noruega, Espen Barth Eide, que afirmou que o país voltará ao Fundo Amazônia motivado pela vitória do petista.
Vale destacar que quando se fala em Europa e Estados Unidos para o mercado de café, estamos falando também dos principais destinos das exportações brasileiras. Juntos eles representam mais de 70% do mercado. Para Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada no comércio exterior, a decisão do parlamento europeu vem de encontro com uma tendência mundial.
“Cada vez mais podemos observar a busca por produtos, no agronegócio, que tenham o selo de respeito ao meio ambiente. Desta forma, não é de se estranhar a decisão europeia e a notícia pode ser positiva para os produtores do agro brasileiro, que tem se empenhado, por meio da tecnologia e avanços no campo, na produção mais sustentável de seus produtos”, explica o executivo.
Os Estados Unidos há anos lideram o ranking de importadores do café brasileiro, de acordo com dados oficiais do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), no período entre janeiro e o fim de setembro, a importação foi de 5,853 milhões de sacas, volume 2,3% superior aos 5,721 milhões comprados no mesmo intervalo de 2021. Esse volume corresponde a 20,4% dos embarques totais do Brasil neste ano. Já a Europa representou 53% deste mercado no período.
“A importância do mercado europeu e do mercado norte-americano para o Brasil é clara. Desse modo, com qualquer tipo de alteração de regras nesses locais, os nossos produtores devem estar preparados para demonstrar que os nossos produtos são uma alternativa viável e sustentável”, afirma Pizzamiglio.
O Brasil tem avançado muito no que se refere às certificações. Como no vinho, o café é muito influenciado pelo terroir, a terra cultivada. Fatores como a variedade, o clima, o solo e o manejo vão influenciar nas características da bebida. A certificação de origem facilita essa conversa com o consumidor e, com isso, propicia um novo mercado. No Brasil, os consumidores estão buscando cada vez mais informações sobre o café.
“Mesmo com as regras estabelecidas na Europa e o debate nos Estados Unidos, o nosso produto tem uma qualidade comprovada e as certificações necessárias para poder ganhar ainda mais espaço no mercado internacional. Deste modo, temos toda a capacidade de continuarmos a ser o grande player no mercado global”, completa o executivo.
Café
Café: Brasil faz a lição de casa e fica de olho na Europa e nos Estados Unidos
- Por: Vera Barão
Tags: café, exportação, importação, sustentabilidade
Compartilhe
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Últimas Notícias
Horticultura
Coluna Podcast

Podcast 223 - Certificação de propriedade livre de brucelose e tuberculose traz benefícios e garante a melhoria do leite
19/04/2025
A busca por sanidade, qualidade e segurança alimentar na produção de leite segue entre as principais preocupações dos produtores do Paraná, segundo maior estado produtor de leite do país. Confira!
Cotações
Resumo Técnico fornecido por Investing.com Brasil.
News Letter
Calendário
‹
›