sábado, 07 de setembro de 2024

Café

Café Integrada conquista a Starbucks

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Tags: Café integrada, certificação, Cooperativismo, starbucks

O cafeicultor Dario Reis, cooperado da Integrada em Ibaiti, Norte Pioneiro do
Paraná,  teve a propriedade certificada para entregar o produto para a rede mundial de
cafeterias Starbucks. A empresa tem mais de 30 mil lojas, em 80 países.
Outros 11 cafeicultores estão em processo de auditoria. A certificação para a Starbucks  inclui a
rastreabilidade do café, do campo até a entrega ao comprador, por isso, é importante que
todos os locais por onde o café passa estejam em conformidade com as exigências da norte-americana.

Regras rígidas Starbucks

São rígidas as regras para que a fornecedora mundial de café certifique uma propriedade. A
corporação adotou um programa que estabelece princípios éticos para a compra de café,
denominado Práticas de Equidade na Produção de Café (C.A.F.E., Coffee and Farmer Equity).
A Starbucks contribui para a ética na cadeia produtiva do café, ao incluir critérios ligados ao
respeito ao produtor, ao trabalhador e ao meio ambiente.
São padrões mensuráveis, baseados em quatro áreas: qualidade do produto, responsabilidade
econômica, responsabilidade social e liderança ambiental. São executadas pré auditorias e
auditorias nas propriedades candidatas à certificação, para verificação do nível de
conformidade com os critérios.
A qualidade do produto que a companhia busca está ligada a boas práticas de plantio, manejo,
colheita e armazenagem. A Starbucks só compra café não torrado.
Entre as várias regras de responsabilidade econômica, os fornecedores devem enviar
comprovantes de pagamentos feitos por toda a cadeia de abastecimento de café,
demonstrando quanto do preço pago pela Starbucks pelo café verde (não torrado) é
direcionado ao produtor.

Quanto à responsabilidade social, não são aceitos o trabalho infantil, o trabalho escravo,
discriminação de qualquer tipo, más condições de trabalho. São exigidos, registro legal, salário
justo, respeito às normas trabalhistas e demais benefícios legais.
A Starbucks estende as condições de compra do café ao nível de preservação ambiental da
propriedade. Para isso, terceiriza a avaliação e contrata empresas especializadas. No radar
estão o gerenciamento do lixo, promoção da qualidade da água, conservação de água e
energia, preservação da biodiversidade e redução do uso de agroquímicos.

A multinacional do café tem uma série de outros certificados e programas voltados à
valorização dos produtores, preservação ambiental e proteção de trabalhadores.
Por essa razão, é tão importante comemorar a conquista da certificação.
Certificação

A certificação e a venda do café são assessoradas pela empresa Comexim, com experiência
de 60 anos no mercado de exportação de café. Tem sede em Santos, escritórios e armazéns
em Minas Gerais, e unidades de negócios nos Estados Unidos, Alemanha e Suíça.
Entre inúmeros clientes e atividades, a Comexim dá suporte para que o cafeicultor obtenha o
certificado Starbucks. Disponibiliza as informações necessárias, faz o trabalho de sensibilização
para as práticas elencadas, executa a aplicação dos critérios, e acompanha a finalização do
processo pelo cafeicultor.

Thiego Duarte, responsável pelo setor de certificação e sustentabilidade da Comexim, explica
que a companhia trabalha há algum tempo com as cooperativas. “Propomos o programa de
certificação às cooperativas tendo em vista o potencial ganho comercial e de imagem que esse
status proporciona. A Integrada foi bastante receptiva e agilizou o relacionamento com os
cafeicultores”, afirma.

O profissional ressalta que a Comexim preserva a hierarquia em todo o processo, tanto de
qualificação para a certificação, como de negociação entre o cooperado e a cooperativa.
“Somos facilitadores e nos dedicamos a encontrar cafés de qualidade em propriedades que
refletem as culturas de respeito ao ser humano e preservação ao meio ambiente”.

Nova etapa
A cafeicultura é atividade tradicional na Integrada. Junto com a laranja, integra o grupo das
culturas perenes a garantir renda e agregar valor para o produtor e para a corporação.
O café persevera diante de permanentes desafios. Na lavoura, o clima muitas vezes está
longe de se manter favorável para permitir boa colheita, singular pela bienalidade. Por isso,
a dedicação do produtor e o corpo técnico-agronômico treinado garantem os melhores
resultados.
No mercado, as oscilações de preço, conforme as estratégias das bolsas internacionais de
negócios, exigem o olhar atento do setor financeiro da cooperativa, em benefício do
produtor. É preciso lembrar que já se passaram 18 meses de valores inéditos nas
commodities, revolucionados pela pandemia de Covid-19. Não há certeza de que, após o
momento atípico, os ganhos se mantenham em alta.
Essa entrada em um novo mercado altamente exigente em qualidade e outras
conformidades, representa uma nova etapa para o café do cooperado, e para a Integrada.

O agrônomo Márcio Garcia atende os cooperados no Norte Pioneiro do Paraná. Especialista
em café, Márcio deu suporte a todo o procedimento para a certificação da propriedade do
cafeicultor Dario Reis. E, continua assessorando outros 11 produtores no processo.
Entre as etapas qualificadoras, as pré auditorias, pela equipe de especialistas da Comexim.
Com as regras Starbucks em mãos, os auditores foram acompanhados por Márcio à
propriedade candidata. “As regras abrangem a propriedade de forma global. E, a área do
Dario estava praticamente dentro das exigências, poucos ajustes foram solicitados”, diz o
agrônomo.
Entre as providências, um depósito exclusivo para agroquímicos, com uma placa na parede,
informando quais substâncias tem uso proibido na cultura. Para garantia da qualidade da
água, foi solicitado um espaço exclusivo para limpeza dos EPI’s – equipamentos de proteção
individual. A APP – Área de Proteção Permanente da propriedade de Dario, recebeu outra
placa informando que o local é protegido por leis ambientais. Dentro de 40 dias, a
propriedade estava ajustada ao manual Starbucks de certificação. Aguardando as auditorias.
Os auditores da Starbucks no Brasil fizeram a visita formal à propriedade. E, Dario é o mais
novo fornecedor da gigante das cafeterias, entre os mais de 400 mil cafeicultores
certificados, em 30 países.
Para Dario Reis, a oportunidade de atestar o padrão de qualidade, não só do café que
produz, mas do sistema de gestão da propriedade, foi desafiadora. “O café está em minha
família há três gerações. Sempre buscamos aperfeiçoar a atividade e melhorar a renda.
Certificar nosso produto poderia ser a consolidação do trabalho do meu avô, do meu pai, de
todos nós”.
Além do tributo familiar, o cooperado percebeu, ainda, a possibilidade de agregar valor ao
seu café e abrir novos mercados. “Esse ano o café valorizou, entramos no mercado futuro
com o apoio e orientação da Integrada, e, participar de mais um novo mercado traz mais
segurança, pois a cafeicultura passa por momentos desafiadores”, pondera Dario.
O produtor diz que não foi difícil nem oneroso ajustar a gestão da propriedade às regras da
cafeteria multinacional. “Nós já fazíamos uma rastreabilidade informal, pois controlo a
produtividade por secador, por lote. Por isso, melhorar a organização da área, com placas e
outras providências completou nosso planejamento”.

Armazéns certificados

A certificação para a Starbucks envolveu toda a Integrada. Nossos armazéns foram auditados
e certificados para receber o café aprovado pela companhia internacional. O classificador e degustador de café da Integrada, Leandro Dantas, informou que a
certificadora aprovou os armazéns de Ibaiti e Wenceslau Braz. ” O café certificado recebe um tratamento especial. É recebido em espaço específico, beneficiado em separado, tudo para garantir a isenção e a conformidade
exigidas no processo de certificação”, explica Leandro.
Ele reforça a importância da aprovação do café de Ibaiti por uma empresa líder no
mercado mundial. “Para o cooperado e para a Integrada o valor agregado é imenso. Esse
novo status garante ao cafeicultor um plus no preço do produto que independe da variação
nos preços internacionais. Ele tem a margem extra garantida pela certificação”, comemora.

O gerente comercial para milho e café da Integrada, Maquiel Cagol, estima que uma saca de
café certificada represente entre 70 e 100 reais a mais no bolso do cooperado, em relação
aos preços praticados no mercado convencional. “É um café elevado ao padrão exportação,
com rastreabilidade de origem, o que dá ao produto um diferencial indiscutível”, afirma.

Para o superintendente comercial da Integrada, João Bosco de Azevedo, o futuro do café da
Integrada é mais uma realização a gerar valor para o cooperado. “A homologação de
cafeicultores e da própria cooperativa marca uma série de projetos pilotos estrategicamente
planejados em benefício da renda do produtor e da imagem da Integrada”.

Ao ser questionado sobre o sentimento em relação à aprovação no processo de certificação,
o cafeicultor Dario afirmou que “é uma alegria e também uma responsabilidade. Espero que
esse passo seja um incentivo para outros cafeicultores, assim como vou me dedicar ainda
mais para manter o padrão conquistado”.

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