sexta-feira, 26 de julho de 2024

Clima Tempo

Como o outono impacta a agricultura?

Tags: agricultura familiar, agroindustria, agronegócio, clima

Começa hoje, às 18h25,o outono no Hemisfério Sul. Esse momento é conhecido como Equinócio de Outono: evento astronômico que marca o momento quando o sol cruza o equador celeste e neste dia o período da noite e do dia tem praticamente a mesma duração.

A estação tem impacto significativo na agricultura, especialmente nas regiões fortemente dependente das estações do ano e do clima e está associado, principalmente, a fase da colheita e ao final da temporada de crescimento das plantas.

Durante a estação as temperaturas começam a cair, gradualmente, a chuva reduz de forma significativa sobre o interior do Brasil e muitas plantações e árvores começam a mudar de cor e perder suas folhas. Os dias também começam a ficar mais curtos, e a quantidade de luz solar diminui.

O outono impacta a disponibilidade da água para as culturas, já que as chuvas reduzem de forma acentuada no interior das regiões Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e na faixa sul da região Norte do Brasil. Nestas áreas, quem cultiva neste momento pode ter que aumentar a irrigação das culturas para garantir que as plantas tenham umidade suficiente para o desenvolvimento. Por outro lado, com os maiores períodos de tempo aberto, as atividades de colheita se intensificam como a colheita do café, corte e moagem da cana-de-açúcar e a finalização da colheita da soja.

Temperatura no Outono e sua influência na produtividade

A redução das temperaturas diminui a produtividade de algumas culturas que dependem de temperaturas quentes para crescer, como tomates, pimentões e abóboras. No entanto, outras culturas, como alface, brócolis e couve-flor, podem se beneficiar do clima mais ameno.

Outono de Neutralidade climática

Depois de um período prolongado, que se estendeu desde o segundo semestre de 2020, sob influência do fenômeno La Niña, chegamos ao outono de 2023 com uma condição de neutralidade climática no Oceano Pacífico Equatorial. O La Niña, que é caracterizado pelo resfriamento do Oceano Pacífico Equatorial, chegou ao fim ainda na primeira quinzena deste mês de março e as áreas mais ao leste do Pacífico, próximas à costa da América do Sul, já estão mais aquecidas do que o normal.

A previsão consenso entre os institutos norte Americanos IRI (Instituto de Pesquisas Internacionais da Universidade da Columbia) e CPC-NOAA (Centro de Previsões e Clima da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional), atualizada em março, indica que a neutralidade climática vai predominar durante o outono, mas o Oceano Pacífico deve continuar se aquecendo e a probabilidade para ocorrência de um El Niño aumenta a partir da metade do ano. Esse processo de transição deve ter impactos na distribuição de chuvas durante o outono aqui no Brasil.

O que esperar quanto à distribuição das chuvas no Outono de 2023?

Neste ano são esperadas chuvas entre a média ou acima da média em sobre grande parte do interior do Brasil para o outono. A estação deve começar mais úmida do que o normal, especialmente no final do mês de março e a primeira dezena de abril, entre o Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e áreas mais ao leste da região Norte.

No decorrer do mês de abril, as chuvas devem reduzir em grande parte destas áreas, como é normal da época do ano, mas não deve cessar completamente. Neste ano não se espera um corte das chuvas mais cedo, como aconteceu em anos anteriores sobre influência do fenômeno La Niña.

“O excesso de umidade do início da estação pode impactar atividades no campo, principalmente a colheita da soja no MATOPIBA. Inclusive, a estação, como um todo, deve apresentar um desvio positivo de precipitação mais acentuado sobre a metade norte da região Nordeste, no norte do Pará e no Amapá”.

Entre o Sudeste e o Centro-Oeste, atividades como o início do corte e moagem da cana de açúcar e até mesmo início da colheita do café podem ser impactadas pelas chuvas frequentes do início da estação, mas a partir da segunda quinzena de abril, os períodos de tempo aberto serão maiores e devem favorecer essas atividades. As chuvas frequentes, que já vem impactando a instalação do milho segunda safra, ainda devem trazer mais impactos para o plantio da cultura, que deve ter redução de área plantada em alguns estados. Por outro lado, a chuva deve manter a umidade no solo elevada nas principais áreas produtoras e deve garantir uma boa produtividade no cultivo neste ano.

Áreas entre o Paraná, sul e meio oeste de São Paulo, leste de Mato Grosso do Sul e sul de Goiás devem ter chuvas acima da média durante o outono. Isso deve ocorrer, devido a maior frequência de frentes frias que devem atuar nessas regiões, principalmente no final da estação, em reflexo ao aquecimento do Oceano Pacífico. Em alguns momentos essa umidade acima da média deve impactar atividades no campo, como o corte e moagem da cana-de-açúcar.

Estação mais seca que o normal

No Rio Grande do sul, apesar da expectativa de alguns episódios de chuva mais significativos no decorrer da estação ainda se espera uma estação mais seca do que o normal. Com isso o estado ainda deve continuar em situação crítica, devido a estiagem e algumas áreas podem ter problemas para a instalação dos cultivos de inverno. Porém, a expectativa é que a chuva aumente gradualmente no decorrer da estação, especialmente a partir de maio, o que deve garantir melhores condições de umidade nas lavouras entre o final do outono e o inverno.

Além do Rio Grande do Sul, áreas mais a oeste da região Norte podem ter a próxima estação mais seca do que o normal, como extremo oeste de Rondônia, Acre e sudoeste do Amazonas, regiões que já costumam ser secas nesta época do ano e o Estado de Roraima, que costuma ter médias altas de precipitação neste próximo trimestre. Neste Estado, o desvio negativo de precipitação não indica ausência de chuvas, mas sim episódios mais rápidos e espaçados.

Como serão as temperaturas no Outono 2023?

Com exceção de algumas áreas entre o interior do Sudeste, Goiás e interior Nordestino, que devem registrar temperaturas um pouco mais amenas do que eu normal para época do ano, grande parte do Brasil deve ter um outono mais quente. Porém, apesar das áreas do Sul do país apresentarem tendência de anomalias positivas de temperaturas, neste ano há risco para o avanço de ondas de frio um pouco mais cedo e de forma mais intensa.

A partir do mês de maio se esperam oscilações maiores das temperaturas sobre o centro-sul do país, inclusive com temperaturas bastante baixas, que podem trazer riscos de geadas para o interior da região Sul. Apesar deste aumento do frio previsto, (por enquanto não há indicativo de frio extremo para áreas produtoras de cana-de-açúcar e café), mas em algumas áreas produtoras de milho segunda safra, especialmente entre o sul e oeste do Paraná, não se descarta ocorrência de geadas entre a segunda quinzena de maio e o mês de junho.

Fonte: Climatempo

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