quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Logística

Competitividade da produção de grãos depende de 10 obras prioriárias

 

O Brasil para garantir  a competitividade e expansão da produção de grãos nos próximos 10 anos, precisa de 10 obras consideradas prioritárias. Necessidade que os produtores conhecem bem e que  estudo do Grupo de Inteligência Territorial Estratégica (Gite), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária constata.

A iniciativa é uma parceria da Embrapa e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que revelou que, entre a dezena de obras necessárias estão a finalização de cinco rodovias: as BRs 163, 080 e 364, a Rodovia do Frango, que liga Chapecó (SC) até Lapa (PR), e a BR 487, também conhecida como Estrada Boiadeira (PR).

Também estão na lista obras para aumentar a capacidade de fluxo das hidrovias dos rios Madeira e Amazonas, por meio de dragagens e melhorias na sinalização, além da operacionalização de novos trechos da Ferrovia Norte-Sul e a construção de uma nova estrada de ferro, a Ferrogrão, entre Sinop (MT) e Miritituba (PA).

“O sistema desenvolvido pela Embrapa fornece regularmente informações fundamentais para a atuação do Ministério da Agricultura na temática da logística e do planejamento territorial, de forma extremamente qualificada”, afirma o secretário-executivo do MAPA, Eumar Novacki.

São obras do chamado Arco Norte, que deverá dobrar a capacidade atual de ecoamento, alçançando 40% de participação no volume total de grãos exportados pelo país.

O estudo aponta a necessidade de investimentos de curto e médios prazos na infraestrutura logística do transporte de grãos em Rondônia, Amazonas, Pará, Amapá, Maranhão e Mato Grosso.

A ampliação da participação dos portos de Itacoatiara, Santarém, Barcarena/Vila do Conde e Itaqui nas exportações contribuirá para diminuir o custo do frete e aumentar a rentabilidade do produtor.

Esses portos estão mais próximos dos principais mercados internacionais e também das maiores zonas produtoras de grãos, como a Região Centro-Oeste, que concentra 42% da produção nacional, e podem oferecer vantagens competitivas em relação aos portos do Sudeste e do Sul, ainda responsáveis por 81,5% do escoamento da safra nacional de grãos de acordo com dados de 2015.

Dos cerca de 85 milhões de toneladas de grãos exportados naquele ano, os portos do Arco Norte responderam por apenas 18,5% do volume total.

Para chegar aos resultados da pesquisa, a  Embrapa desenvolveu um Sistema de Inteligência Territorial Estratégica (Site), baseado em geotecnologias, que possibilitou analisar cenários futuros com base nas projeções do Mapa para 2025.

Previsões otimistas indicam que as exportações de soja e milho podem chegar a 182 milhões de toneladas. “Levantamos a situação atual e futura de cada um dos portos que fazem parte do sistema Arco Norte e de sua bacia logística. Caso essa projeção se concretize e os portos da região não realizem novos investimentos, além dos programados, haverá um déficit operacional de seis milhões de toneladas, mesmo atuando com 100% da capacidade projetada”, explica Gustavo Spadotti, analista do Gite.

Em um cenário mais conservador, com o volume exportado alcançando 124 milhões de toneladas, os portos do Arco Norte continuariam aptos a atender o fluxo para o mercado externo, escoando 40% da produção de grãos.

De acordo com o chefe-geral da Embrapa Monitoramento por Satélite, Evaristo de Miranda, que coordena o estudo, a curto prazo os ganhos de competitividade da agricultura brasileira com a melhoria da logística podem ser muito maiores e mais rápidos do que os obtidos atualmente pela adoção de inovações tecnológicas no sistema produtivo. “O agronegócio precisa conhecer, gerir e intervir melhor no tema da sua macrologística, como já faz o setor de mineração e industrial”, destaca.

 

 

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Paraná suspende queima controlada no campo - Conexão Agro
Coluna 205 - Paraná suspende queima controlada no campo
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Paraná suspende por 90 dias queima controlada no campo para prevenir incêndios; pesquisador da Embrapa Soja orienta produtores como enfrentar o clima seco e os efeitos da La Niña na safra 2024/25. Confira as notícias do campo no podcast “Conexão Agro”.

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