O fenômeno La Niña, que atuava desde o final de 2020, se desconfigurou e o Pacífico equatorial está na fase neutra. Mesmo assim, a circulação atmosférica ainda mantém algumas características da situação de La Niña, pois este desacoplamento não é imediato.
Ao longo do outono, o Pacífico Equatorial se aquece e as águas quentes migram de leste para o central e oeste. Até o mês de junho, espera-se que toda a faixa equatorial do Pacífico esteja mais quente do que a média histórica.
El Niño à vista
Mesmo em aquecimento, durante os trimestres abril/maio/junho (AMJ) e maio/junho/julho (MJJ) prevalecerá a neutralidade (probabilidades de 78% e 50% respectivamente) no Pacífico Equatorial. É altamente provável que a fase quente do ENOS (El Niño) esteja configurada já no início do inverno, com probabilidade de 64% no trimestre junho/julho/agosto (JJA) e 67% em julho/ agosto/ setembro (JAS).
O El Niño segue no decorrer de todo o segundo semestre de 2023, influenciando nas condições do inverno, primavera e início
do próximo verão. Seus principais efeitos são o aumento das chuvas no Sul do país, com maior propensão a formação de temporais, e diminuição das chuvas sobre o Norte e Nordeste. As temperaturas tendem a ficar mais altas em todas as Regiões.
Região Sul
A umidade aumenta sobre a Região Sul ao longo de abril, mas o regime de chuvas segue irregular no tempo e no espaço na maioria das áreas. Em geral, os volumes de chuva tendem a ficar próximos da média histórica, na maioria das áreas da Região. Deve chover um pouco acima do normal no sul do RS e no norte/leste do PR.
Os volumes mais altos no RS são devido ao direcionamento de ar quente e úmido vindo do interior do continente, além da formação e passagem de frentes frias sobre a região.
Nas outras áreas do Sul, os volumes de chuva tendem a ficar próximos da média, mas ligeiramente abaixo. As temperaturas ficam mais altas do que a média histórica, principalmente no RS, onde o fluxo de ar quente será mais intenso e frequente. Em SC e no PR a temperatura em abril deve ficar um pouco acima da média.
Ao longo do mês, principalmente na segunda quinzena, a entrada de massas de ar frio de origem polar provocarão quedas
acentuadas de temperatura, com possibilidade de geadas localizadas nas áreas mais altas da região e na Campanha Gaúcha.
Região Sudeste
Ao longo de abril, a chuva diminui gradualmente sobre todo o Sudeste. No centro-norte de MG e de SP e no ES, as chuvas ainda seguem ocorrendo na forma de pancadas na primeira quinzena, diminuindo no final do mês.
A chuva fica um pouco acima da média em quase toda a Região Sudeste, com exceção de pontos no leste de SP e sul do RJ, onde os volumes tendem a ficar dentro do normal.
A temperatura fica um pouco acima da média em praticamente toda a região, principalmente no oeste de SP, onde o calor ainda pode ser intenso na primeira quinzena.
A temperatura fica um pouco acima da média em grande parte de MG, ES e em toda a faixa litorânea da região, e ligeiramente abaixo da média no interior de SP, sul de MG e interior do RJ.
Algumas frentes frias passam pelo litoral do Sudeste na segunda quinzena, provocando quedas de temperatura, mas o frio não é intenso.
Região Centro-Oeste
Ao longo de abril, as chuvas diminuem sobre todo o Centro-Oeste, mas as pancadas de chuva associadas ao calor e alta umidade seguem ocorrendo principalmente no MT, em GO e no DF na primeira quinzena de forma isolada.
Na segunda quinzena, os dias serão predominantemente de sol e tempo firme, com algumas pancadas de chuva ainda no norte de MT e extremo norte de GO. Os volumes de chuva ficam ligeiramente acima da média em quase toda a região, e um pouco abaixo da média no nordeste de MT.
A temperatura fica um pouco acima da média na maior parte do Centro-Oeste, com exceção do leste do MS e extremo sul de MT, que devem terminar abril com temperatura um pouco abaixo do normal.
Região Nordeste
Toda a Região Nordeste deverá ter um mês de abril com volumes de chuva acima da média. Os maiores desvios positivos devem ser observados na metade norte da Região, entre o PI e o RN, na PB, em PE, além de toda a faixa litorânea entre AL e o Recôncavo Baiano.
A faixa litorânea a norte do Nordeste, entre o MA e o RN, segue sob forte influência da ZCIT (Zona de Convergência Intertropical), que favorece volumes expressivos.
Na faixa leste do Nordeste, os ventos úmidos do oceano ganham força e a chuva aumenta entre SE e PB. Há risco de grandes volumes de chuva, com potencial para transtornos em todo o litoral, desde a PB até a BA.
As temperaturas ficam um pouco abaixo da média no interior (exceto na BA) por conta da nebulosidade e da chuva, mas ficam ligeiramente acima da média na zona costeira entre a BA e SE, oeste do MA e interior da BA.
Região Norte
Em abril, apesar de volumosas, as chuvas ficam abaixo da média por toda a faixa oeste e norte da Região Norte do Brasil, entre o AC, centro-norte do AM, RR, noroeste do PA e leste do AP.
Nas outras regiões, os acumulados ficam dentro do normal para o período.
As temperaturas ficam altas e um pouco acima da média em quase todas as áreas, exceto no AC, oeste de RO e centro-sul do TO, que terão temperaturas próximas da normalidade.
Fonte: Climatempo