A contratação do crédito rural por médios e grandes produtores rurais atingiu R$ 131,6 bilhões, em onze meses, de julho do ano passado a maio deste ano. O montante equivale aproximadamente ao total do volume contratado em toda a safra 2016/17.
Os dados constam do Relatório de Financiamento Agropecuário de liberação de recursos da atual safra, divulgado pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A finalidade de custeio é a de maior destaque. Alcançou, no período, R$ 72,2 bilhões (aumento de 2% no valor das contratações), com aumento do valor médio das operações de custeio, ou seja, operações com valores maiores.
As finalidades de industrialização e de comercialização tiveram incrementos percentuais semelhantes, na faixa de 35%. O investimento também apresentou variação positiva de 28,6% em relação ao mesmo período da safra passada, sendo a segunda finalidade a demandar maior volume de recursos, com R$ 27,2 bilhões.
As operações de investimento representaram 20,6% das contratações do período, sendo que os programas de investimento específicos participaram com mais da metade do total (55,5%) e tiveram desempenho superior em 15,1% comparativamente à safra passada.
Os programas específicos de investimento, como o Moderfrota (Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras), o Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural) e o ABC (Programa para Redução da Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura) foram os mais demandados pelos médios e grandes produtores rurais. Enquanto o Pronamp e o ABC tiveram crescimento em torno de 50%, o Moderfrota teve variação positiva de 5,3%, em relação à safra 2016/17.
Os programas Moderagro (Programa de Modernização da Agricultura e Conservação de Recursos Naturais) e Pronamp estão com a aplicação dos seus recursos próxima dos limites programados, com 96,8% e 92,7%, respectivamente.
Da mesma forma, o PCA (Programa para Construção e Ampliação de Armazéns) e o Prodecoop (Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária), apresentam desempenho 113,3% e 98,6% superior à safra passada.
As fontes de recursos como Recursos Obrigatórios, Poupança Rural Controlada, LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) com Taxa Favorecida, Poupança Rural Livre e Fundos Constitucionais participam, sequencialmente, com 30,0%; 26,5%; 8,1%, 8,1% e 7,2% do volume total de financiamentos.
Em relação ao mesmo período da safra passada, 73,1% das contratações do crédito rural foram provenientes de fontes controladas (taxas de juros favorecidas) e 26,9% de fontes não controladas (taxas de juros de mercado).
A atividade agrícola continua com a maior contratação do crédito e obteve desempenho 15,1% superior à safra 2016/17, com R$ 91,7 bilhões. A atividade pecuária representa 30% do valor contratado e registra aumento de 9,7%.