Investimentos em equipamentos, abre mais possibilidade de negócios para os agricultores familiares da Cooperativa da Agricultura Familiar de Palmeira (CAFPAL). Recentemente, os associados receberam um veículo para agilizar e ampliar a comercialização. Os recursos foram viabilizados por meio do programa Coopera Paraná, da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, que destinou R$ 393.416,00 à entidade. O valor possibilitou a aquisição de veículo de transporte (150 CV) com baú refrigerado (R$ 356.060,00) e uma câmara fria e freezer (R$ 37.356,00).
O projeto prevê a melhoria no processo de pós-colheita dos produtos com investimentos na infraestrutura de armazenamento e transporte. Com isso será possível aumentar a quantidade e diversidade de produtos comercializados pela cooperativa, incluindo aqueles com valor agregado, como os panificados (dentre os quais, alguns utilizam centeio e trigo dos próprios produtores), geleias e doces, sucos e conservas (pepino, beterraba, cenoura, picles).
A união dos produtores tende a reduzir custos e aumentar os ganhos. O Paraná tem 171 pequenas cooperativas de agricultores que estão construindo seu espaço no mercado por meio de programas do Estado, apontou o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
“Temos o dever, como unidade agrícola, de fomentar esse tipo de iniciativa, com o Coopera Paraná, que seleciona organizações a partir de critérios que incluem aspectos sociais e ambientais, ou outros programas como o Banco do Agricultor, Compra Direta Paraná, além de assistência técnica e tecnologia da informação”, disse.
O prefeito de Palmeira, Sérgio Belich, destacou que o município está entre os 20 principais produtores paranaenses, com leite, frango, milho, soja, hortaliças e frutas em destaque. “O Coopera Paraná tem contribuído muito para o crescimento da agricultura familiar do nosso Estado”, afirmou. Ao falar sobre a importância do trabalho conjunto de municípios e administração estadual, ele anunciou que a prefeitura pretende ceder terreno para a cooperativa construir sua sede própria.
O presidente da CAFPAL, Ismael Lourenço Albink, agradeceu a equipe da Seab e do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná) pelo apoio, e contou que o projeto beneficia, além dos produtores, as escolas da cidade. “Agora elas receberão produtos da agricultura familiar para a refeição de seus alunos com mais qualidade e rapidez na entrega dos alimentos”, disse.
Albino acrescentou que a aquisição dos equipamentos é mais uma motivação para a cooperativa buscar um local para construir sua sede própria. “No futuro desejamos nos tornar uma cooperativa central da agricultura familiar da região”, declarou.
“Essa iniciativa permite a ampliação e diversidade dos produtos comercializados, com melhores condições de armazenamento. Eles podem ser distribuídos em diferentes mercados compradores, como a Feira do Mercado Municipal, Feira dos Orgânicos, cestas entregues pelos produtores às famílias vulneráveis, além das participações no PNAE e PAA”, explicou o coordenador do programa Coopera Paraná, Jefferson Meister.
Cafpal
Criada em 20 de maio de 2011, atualmente a CAFPAL conta com 102 sócios, sendo 33,33% mulheres, 2,94% assentados/as pelo PNRA e 0,98% quilombolas, tendo em sua gestão atual a participação de 50% de mulheres como dirigentes. É uma cooperativa que possui produtores e produtos orgânicos.
Ao longo da sua trajetória, tanto a organização quanto seus associados foram assessorados por organizações de assistência técnica e extensão rural, com destaque para o trabalho do antigo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), atual IDR-Paraná, e da Agência de Desenvolvimento do Extremo Oeste do Paraná (Adeop), por meio dos programas governamentais Pró-Rural e Mais Gestão, respectivamente.
Em 2020, teve faturamento aproximado de R$ 450 mil, produzindo 130 toneladas de alimentos de grande variedade, entre os quais se destacam as frutas (in natura e processadas em forma de sucos, doces e geleias), olerícolas, panificados (bolos, cucas, pães caseiros), ovos, feijão e derivados de milho crioulo. Seu principal mercado atualmente é o PNAE (municipal e estadual), com vendas de aproximadamente R$ 300 mil, e a comercialização de sementes e mudas, com vendas de aproximadamente R$ 150 mil.
Fonte: AEN