terça-feira, 24 de setembro de 2024

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Cooperativismo de crédito leva serviços financeiros a pequenos municípios

O cooperativismo de crédito, segmento que já conta com mais de 12 milhões de
adeptos no Brasil é um dos mecanismos mais eficazes para promover acesso aos
serviços financeiros às pessoas em municípios menores, mais distantes e rurais do
Brasil. A afirmação é resultado do estudo “Benefícios do Cooperativismo de Crédito:
impacto sobre a bancarização”, que cruzou dados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), Banco Central do Brasil, Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (IPEA) e do próprio Sicredi.

O trabalho foi conduzido pelo especialista em Microeconomia Aplicada e
Desenvolvimento Econômico, Juliano Assunção, pesquisador do Departamento de
Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). A
pesquisa analisou dados de todos os municípios brasileiros, no período de 2007 a
2018, e traçou o perfil de atuação das instituições financeiras nos municípios. A partir
da comparação da atuação de bancos e cooperativas de crédito no que tange a
distância da capital e urbanização, foi revelado que as cooperativas de crédito têm a
capacidade de prover serviços financeiros em regiões mais isoladas e rurais, quando
comparadas aos bancos.

Entre as principais conclusões do estudo, está a relação de fatores limitantes para a
abertura de uma agência de uma instituição financeira cooperativa em comparação a
de um banco. Enquanto os bancos têm, em média, um limite mínimo de 8 mil
habitantes para o estabelecimento de uma agência em um município, uma instituição
financeira cooperativa como o Sicredi tem capacidade de abertura de agências em
municípios a partir de 2,3 mil habitantes.

De acordo com o trabalho, existem hoje cerca de 1,9 mil cidades e nove milhões de
pessoas somente no espaço de diferença entre o limite de entrada dos bancos em
relação às instituições cooperativas, evidenciando a característica de bancarização
das instituições financeiras cooperativas. Além disso, em termos de renda, foi
apontado que as cooperativas conseguem operar em municípios com PIB de pelo
menos R$ 79 milhões, enquanto para os bancos é necessário um PIB mínimo de R$
112 milhões.

“Os dados demonstram que as cooperativas podem ser um excelente veículo para
levar crédito e outros serviços financeiros para a população de municípios rurais
menores, mais afastados das capitais e com menos renda por habitante.
Considerando as cidades com o perfil traçado, que ainda não contam com
atendimento bancário, o estudo também confirma um mercado bastante promissor
para o cooperativismo de crédito no Brasil, com potencial de ainda bancarizar quase
dois mil municípios, beneficiando cerca de nove milhões de pessoas”, afirma
Assunção.

Para o Sicredi, instituição financeira cooperativa com mais de 4,5 milhões de
associados e presença em 22 estados e no Distrito Federal, o estudo torna ainda mais
importante o papel do segmento para alavancar o desenvolvimento econômico do país
e promover a inclusão financeira. “Atualmente, em mais de 200 municípios somos a
única instituição financeira e percebemos, na prática, as oportunidades criadas para
essas regiões com a chegada de uma cooperativa de crédito, gerando renda e
inclusão financeira para essas comunidades”, explica Manfred Alfonso Dasenbrock,
presidente da SicrediPar, da Central Sicredi PR/SP/RJ e conselheiro do Conselho
Mundial das Cooperativas de Crédito (WOCCU).

Outro estudo, encomendado pelo Sicredi à Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas (Fipe) e publicado em fevereiro deste ano, avaliou dados econômicos de
todas as cidades brasileiras com e sem cooperativas de crédito entre 1994 e 2017 e
cruzou informações do IBGE. Concluiu-se que o cooperativismo de crédito incrementa
o PIB per capita dos municípios em 5,6%, cria 6,2% mais vagas de trabalho formal e
aumenta o número de estabelecimentos comerciais em 15,7%, estimulando, portanto,
o empreendedorismo local. O impacto agregado em 1,4 mil municípios que passaram
a contar com uma ou mais cooperativas durante o período do estudo foi de mais de R$
48 bilhões em um ano. As cooperativas também foram responsáveis pela criação de
79 mil novas empresas e pela geração de 278 mil empregos.

“Quando cruzamos os resultados deste estudo e do trabalho desenvolvido pela Fipe,
enxergamos em dados estatísticos como se dão os benefícios gerados pelo
cooperativismo de crédito, estando presente onde as pessoas precisam e gerando
valor por meio da sua atuação. Mesmo com as opções de soluções digitais para a vida
financeira, os dados comprovam a importância de presença física como propulsor de
desenvolvimento local e é isso que realizamos há mais de um século”, conclui
Dasenbrock.

Outros resultados do estudo “Benefícios do Cooperativismo de Crédito: impacto sobre
a bancarização”:
• 50% das agências de bancos privados estão em municípios com população de
21 mil habitantes. Entre as cooperativas, esse indicador cai para 12 mil habitantes e
no Sicredi 50% das agências estão em municípios com até 11 mil moradores.
• Metade dos municípios com agências do Sicredi estão a mais de 285 km de
distância das capitais. Já nos bancos, 50% das cidades com agências estão a mais de
230 km das capitais.
• Quando olhamos para os municípios com baixa urbanização (até 30% de
população residindo em área urbana), 17% das agências do Sicredi estão nessas
cidades. Nos bancos esse indicador cai para 10%.
• Em relação aos municípios sem atendimento bancário, de 2012 a 2018, os
bancos deixaram de atuar em 301 (3.650 em 2012 para 3.349 em 2018). No mesmo
período, o Sicredi passou a estar presente em 383 novos municípios que não
contavam com agências (896 em 2012 para 1.279 em 2018).

Sobre o autor da pesquisa
Juliano Assunção é pesquisador especializado em Microeconomia Aplicada e
Desenvolvimento Econômico, com diversas contribuições em Economia Bancária e
Economia do Meio Ambiente. Graduado em Economia pela Universidade Federal de
Minas Gerais e doutor em Economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro (PUC-Rio). Na PUC-Rio, Assunção também é professor Associado do
Departamento de Economia e coordenador do Núcleo de Avaliação de Políticas
Climáticas. É membro do Consortium Financial System and Povety, da Universidade
de Chicago, nos Estados Unidos; e editor associado da Revista Brasileira de
Economia e da Environment and Development Economics.

Fonte: Assessoria de imprensa

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