A crise econômica provocada pelo coronavírus já provoca impactos no agronegócio brasileiro. Os dados são do boletim de monitoramento da pandemia produzido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
De acordo com o levantamento, os prejuízos são observados em frigoríficos e mercados de aves, suínos e camarões, mas a China aumentou a demanda por produtos brasileiros.
O mercado do boi gordo iniciou a semana com pressão dos frigoríficos, reduzindo os valores ofertados em relação à semana anterior. Mas por falta de negócios na segunda, o indicador Cepea se manteve estável.
Ao longo da semana , poucas negociações ocorreram, derrubando a cotação. Com isso, a escala dos frigoríficos foi reduzida, forçando a elevação dos preços na quinta e na sexta.
Os três maiores frigoríficos anunciaram férias coletivas em alguma das suas unidades, fator que deverá pressionar a cotação na semana que vem, data que as plantas efetivamente irão interromper suas atividades.
Aves e suínos
Ao contrário dos frigoríficos de bovinos, as plantas de aves e suínos garantiram que não vão interromper sua produção. Mas a queda no food service preocupa. As empresas já sentiram queda de 10 a 15% nos pedidos. Por outro lado, os pedidos das redes de atacado e varejo aumentaram. Na parte da exportação, a falta de contêineres tem dificultado as vendas de proteínas animais.
Produtos
Para as principais commodities agrícolas, como soja, milho e café, houve queda nos preços internacionais. No entanto, em função da alta do dólar, os preços reais não foram impactados. Para o setor sucroenergético e o algodão, o maior problema foi a guerra do petróleo entre Rússia e Arábia Saudita, que derrubou os preços nestes setores.
Mercados
O escritório da CNA em Xangai não identificou interrupção de importações de bens agropecuários devido à pandemia da Covid-19. Mas o cancelamento de rotas marítimas já resulta em atrasos no transporte internacional.
O escritório também apurou que comércio de grãos, óleos e alimentos registrou aumento de 9,7% entre os meses de janeiro e fevereiro de 2020 – apesar da queda das vendas totais do varejo em 20,5% nos dois primeiros meses do ano. A “corrida” dos consumidores aos supermercados é a provável causa do aumento das vendas de itens básicos para a dieta chinesa. As vendas de alimentos online também cresceram 3% no mesmo período.
Ainda sem impactos expressivos no comércio com o Brasil. Hoje as medidas restritivas estão muito mais focadas na redução da movimentação de pessoas do que na circulação de mercadorias.
Assim como na UE, ainda não se percebeu nenhum impacto no comércio. O governo norte-americano tem tomado medidas mais focadas na saúde das pessoas e garantiu que a produção de alimentos não para;
Houve aumento de demanda por fornecedores brasileiros para suprir o mercado interno.
Exportadores brasileiros e importadores relatam atraso na liberação de cargas no porto de Gidá. Aparentemente, o controle portuário está mais rígido.