sábado, 07 de setembro de 2024

Agronegócio

Estiagem provoca maior atraso no plantio de soja no Paraná em 5 anos

Tags: Deral, embrapasoja, estiagem, seca

A severa estiagem que o Paraná está enfrentando já provocou o maior atraso no plantio da soja desde 2015, segundo o último boletim do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento. Até o dia 5 de outubro, apenas 8% da área total prevista para a safra 2020/2021 haviam sido semeadas, o que representa apenas 429 mil hectares de uma expectativa de plantio de 5,5 milhões de hectares no Paraná. Segundo o Deral, no mesmo período do ano passado, 22% da área estimada já tinham sido plantadas e, em 2018, um dos melhores anos para o plantio da soja, a área plantada chegou a 38%.

De acordo com o Deral, apenas cinco das 20 regionais do Paraná que plantam soja conseguiram avançar no plantio acima de 10% da área estimada. A região de Pato Branco foi a que mais semeou, chegando a 37% do total esperado. Cascavel e Francisco Beltrão atingiram 20%, Umuarama, 18% e Campo Mourão/ 11%. Os produtores das regiões de Apucarana Cornélio Procópio, Irati, Ivaiporã, Londrina, Maringá e Paranavaí ainda não iniciaram a semeadura.

A maioria dos estados brasileiros também está aguardando chuvas para dar início ao plantio. Conforme levantamento da Consultoria AgRural, até 1º de outubro, apenas 1,6% da área estimada para o Brasil estava semeada, contra 0,7% uma semana antes, 3,1% no mesmo período do ano passado e 4,5% na média de cinco anos.

A situação já preocupa os produtores e a previsão climática para a primavera não é animadora, pois estão previstos períodos prolongados sem chuva, semelhantes aos ocorridos no outono e inverno, de acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).

Além de poder afetar a produtividade, a AgRural avalia que a escassez de chuvas também deve reduzir a oferta da oleaginosa em janeiro de 2021, período em que normalmente ocorrem colheitas volumosas no País. Com isso, os Estados Unidos ganharão mercado, enquanto que o Brasil deve ficar com estoques finais mínimos em 2020, após exportações fortes ao longo do ano e um consumo elevado no mercado interno.

Planejamento

Para enfrentar a crise hídrica, o pesquisador José Salvador Foloni, da Embrapa Soja, faz alguns alertas aos produtores para que consigam produzir com viabilidade econômica e conviver com as adversidades de clima. “O sojicultor precisa fazer um planejamento estratégico da sua lavoura de soja, em termos de manejo conservacionista do solo e de construção do perfil do solo. Isto porque o veranico vai acontecer. Ele pode ser de 5 dias roubando, por exemplo, 10% da produtividade, ou ele pode ser de 30 dias, roubando 50% da produção. Vai depender da magnitude, da intensidade do veranico, em termos de duração e de intensidade de estresse. Então, primeiro, é preciso usar toda a tecnologia disponível de manejo conservacionista do solo, usando todas as premissas de rotação de culturas para melhorar o ambiente radicular, assim como a tecnologia de fertilização do solo, de construção do perfil do solo. Outro detalhe importante é obedecer os mapas de ambiente e os de risco, além de trabalhar com qualidade de semente. O produtor deve escolher as cultivares que têm maior aptidão ecofisiológica para a sua condição regional. Não uma cultivar que está na moda.”, frisa Foloni.

Na avaliação de Salvador Foloni, o Brasil avançou bastante nos últimos 50 anos em relação ao desenvolvimento da cultura da soja, mas ainda falta mais um passo importante. “Nós temos que avançar o melhoramento genético para fatores abióticos. Por exemplo, nós temos a transgênica Roundup Ready para tolerância ao herbicida glifosato ou uma Intacta para tolerância ao manejo de lagarta e a de plantas daninhas, mas ninguém lançou ainda uma para tolerância à seca para melhorar a nossa performance durante a estiagem. Então, é um desafio agronômico para nós: usar a engenharia genética para esses desafios”, conclui Foloni.

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