sábado, 07 de setembro de 2024

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Evolução tecnológica no agro caminha a passos largos

Tags: agro, evolução tecnológica, geosistema, plataforma ArcGIS

A tecnologia vem avançando e transformando os mais diversos mercados, porém, no agronegócio, essa evolução está chegando a passos largos. O setor agrícola no Brasil, ao longo das últimas décadas, se transformou em um dos setores mais dinâmicos e eficientes da economia brasileira.
Hoje, é possível ver um movimento cada vez mais intenso de uso de novas tecnologias na agricultura, equipamentos modernos, sistemas de informações geográficas mais eficientes, entre tantos outros. O arquiteto de negócios Marlon Suenari, da Imagem Geosistemas, empresa líder global de tecnologia em Sistemas de Informações Geográficas, distribuidora oficial no Brasil da plataforma ArcGIS, da norte-americana Esri, concedeu entrevista ao Conexão Agro.

Na visão da empresa, as novas tecnologias têm se tornado ainda mais necessárias perante o atual cenário?

Com certeza. Muitas empresas passaram por grandes transformações tecnológicas por questão de necessidade e até sobrevivência. Depois da pandemia nunca estivemos tão distantes fisicamente e ao mesmo tão próximos por causa da tecnologia. Isso já era assim para a pessoa física, pois no nosso dia a dia já usávamos a tecnologia para nos aproximar dos amigos e familiares. Mas nas empresas a adoção de algumas dessas tecnologias ainda era lenta, muito em virtude de políticas mais tradicionais e até insegurança quanto ao impacto dessas mudanças. Mas, tudo isso mudou pois, com as ações de lockdown e restrição impostas, a única alternativa foi flexibilizar políticas e usar a tecnologia para continuar o trabalho que, em muitos casos passou a contar com um efetivo ainda menor do que na realidade anterior.

Com base na troca com o mercado, vocês acreditam que o setor de agro tem investido consideravelmente na transformação digital e apostando em “agro high techs”?

Sim acredito. Existe uma corrida em busca do tempo perdido e as AgTechs, que antes das pandemia já estavam em uma crescente, continuam avançando de forma exponencial não somente pelo momento mas também pelas oportunidades que as empresas descobriram através dos chamados “Programas de Inovação”. Resta saber se conseguiremos equilibrar essa explosão de AgTechs com a capacidade das empresas de absorver novas tecnologias pois o problema não está em desenvolver algo novo apenas mas sim, na forma como todo o ciclo será observado. (Implantação, manutenção, suporte etc)

Poderia citar cinco tendências tecnológicas para o setor? Podemos falar em sensores, drones, conectividade, inteligência artificial…?
Além dos citados incluo Big Data não como tendência mas sim realidade cada vez disseminada e presente no campo. Inclusive dentre todos eles essa é a tecnologia que mais requer atenção pois todos os outros citados criam ou usam dados que fazem parte do Big Data. Dessa forma, acredito que a maior tendência esteja na consolidação, validação e análise

O que é a tecnologia ArcGIS e por que se tornou o sistema de informação geográfico mais usado no mundo?
O ArcGIS é um sistema de informação geográfica , desenvolvido pela Esri, que oferece um conjunto de funcionalidades baseadas em localização utilizadas para criar, gerenciar, analisar e compartilhar dados espaciais. Dessa forma, todo componente que possui a localização geográfica pode ser coletado, processado, analisado, disponibilizado e compartilhado através dessas ferramentas, garantindo eficiência na tomada de decisão, gestão territorial e acompanhamento em tempo real das atividades. Há inúmeras razões por ele ser o software de GIS mais usado no mundo, porém ressalto duas razões principais: A Esri é a sexta maior empresa privada de software no mundo e investe 28% do seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento, permitindo que as ferramentas sempre evoluam, garantam a melhor experiência do usuário e acompanhem o dinamismo do mercado; devido as inúmeras aplicações que o Sistema ArcGIS possui, é possível trabalhar de forma integrada com dados de escritório, web e campo e ainda consolidar todas essas informações em painéis gerenciais, que permitem uma visualização sistêmica das atividades da companhia. Além disso, o ArcGIS possui uma grande facilidade de integrar com outros sistemas – como ERPs – possibilitando a centralização dos dados em um único repositório de informações.

Especialistas falam sobre o agro 5.0 (conexão de ponta a ponta) o GIS colabora neste sentido? O que esperar no futuro no campo?

O GIS é a base para que todos os sistemas possam funcionar adequadamente pois é nele que se encontram todos os aspectos do ambiente produtivo. Por exemplo, uma colheitadeira ou veículo autônomo só consegue se mover no local correto por que todo preparo de solo e plantio geraram coordenadas que são armazenadas no GIS. Antes mesmo de começar esses processos, o desenho dos talhões e carreadores foram realizados através do GIS que contemplou o tipo de solo, característica do relevo e demais variáveis ambientais. Com o advento do Agro 5.0 assim como ocorreu na geração anterior, a quantidade de informação que será processada em tempo real por meio dos Sensores, Máquinas Autônomas, IoT, Machine Learning entre outras tecnologias tende a aumentar aliado ao aumento da complexidade e exigência dos sistemas de informação. Por isso, o GIS como uma plataforma robusta capaz de garantir a integração e segurança das operações será uma constante. Por exemplo, o planejamento de colheita é realizado pensando em obter a máxima produtividade de uma determinada cultura mas, para que isso seja possível, além dos dados históricos de produtividade são levados em consideração as previsões futuras de chuva, por exemplo. E, com todas as informações do campo sendo processadas em tempo real com devida acurácia, as atividades de reprogramação de atividade poderão ser realizadas na própria frente, reduzindo o tempo necessário para discutir mudanças no plano e possibilitando tirar o máximo da produtividade do campo.

Por que tem “surpreendido” a operação no campo, incluindo a redução dos impactos no meio ambiente?

O cenário atual exige processos ainda mais conectados e isso ainda é mais latente nas operações no campo. Digitalizar os processos de campo vão de encontro as iniciativas de sustentabilidade pois reduzem drasticamente o consumo de papel nas empresas e integrar as informações de campo em tempo real com o escritório garantem uma maior agilidade na tomada de decisão, identificando as áreas prioritárias para a ação. Podemos fazer um paralelo com a utilização de insumos agrícolas, como os defensivos: quanto mais rápido identificarmos as áreas críticas nas lavouras, mais direcionada será a aplicação necessária, reduzindo o desperdício e impactos causados pelos agroquímicos. Outro exemplo consiste nas queimadas: quanto mais rápido identificarmos os focos e enviarmos essas informações para o escritório, menos prejuízos serão causados ao meio ambiente.

De que forma auxilia no mapeamento das queimadas, como as que estão acontecendo no Mato Grosso? Poderia revelar detalhes da aplicabilidade do GIS neste contexto?

Existem múltiplas forma onde o GIS está presente na questão das queimadas independente da região do pais ou do globo. Dentre os aspectos considerados estão: acompanhamento dos focos de incêndio através de informações vindas de satélites; Integração com sensores e dispositivos que identifiquem os focos de incêndio;  Modelar a suscetibilidade a incêndios, cruzando diversas variáveis que estão envolvidas nesse processo – pluviosidade, temperatura, tipo de solo, cultura etc;  Criação de planos de contingência e análise para as melhores rotas para deslocamento das equipes; Permitir que a comunidade também reporte essas informações, através de aplicativos do Sistema ArcGIS

Quais as outras usabilidades que o GIS oferece no cenário do agronegócio?
Além das aplicações descritas acima, podemos citar: uso de imagens de satélite que permitam análises em escritório: quantificar índices de biomassa, identificar áreas desmatadas, comparar imagens de datas distintas e analisar as mudanças ocorridas; Gestão logística: acompanhamento dos maquinários em tempo real, despacho de ordens de serviços para as frotas de apoio, identificação das melhores rotas até os portos baseadas em um conjunto de variáveis
Validação socioambiental: identificação das áreas que não estão em conformidade com as leis ambientais brasileiras, permitindo que empresas estejam de acordo com os padrões ESG; Inteligência de mercado: análise das melhores áreas para prospecção e expansão de negócios; Inteligência artificial: aplicação de algoritmos para classificação de imagens, geração de modelos de predição para atuar de forma preventiva, identificação de padrões.

É uma tecnologia tanto para o meio empresarial como para a gestão pública?

O ArcGIS é uma tecnologia que pode ser utilizada em múltiplos setores pois considera a variável geográfica, ONDE, para os descobrir os POR QUÊS dos fenômenos. Vale lembrar que cerca de 85% dos dados possuem o ONDE, assim, nossa tecnologia é utilizada em todos os setores. Ex.: Quando uma prefeitura elabora um Plano Diretor ela precisa saber ONDE estão as melhores áreas para expandir moradias, criar áreas industriais, implantar um parque etc. Por outro lado uma Cia Aérea, que possui dezenas de aviões, precisa garantir que todas as aeronaves estejam aptas a voar com segurança. Dessa forma ela precisa saber ONDE os aviões se encontram, ONDE estão os hangares de manutenção e Quando precisarão parar. Através dos planos de vôos futuros é possível conciliar as aeronaves, suas rotas e locais de manutenção. E isso não para por aqui, existem inúmero aplicações e até pesquisa do uso do ArcGIS no processo de mapeamento do DNA humano para identificar padrões de código genético referente a doenças pré-existentes. Isso tudo porque desde o micro ao macro existem padrões e situações que a tecnologia consegue enxergar de forma mais eficaz.

Poderia citar quais empresas do segmento de agro utilizam o sistema aqui e fora do Brasil? Cite exemplos, por favor.
Temos uma grande capilaridade no agronegócio brasileiro, atuando em diversas áreas do setor com sucroenergético, florestal, grãos, tradings, indústrias de insumos agrícolas, agropecuária, citrus…Como alguns exemplos podemos citar Suzano, Klabin, Raízen, São Martinho, Grupo Bom jesus, SLC Agrícola, ECTP, Bayer, Basf, JBS, Citrosuco, entre outras.

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