A direção da Sociedade Rural do Paraná (SRP) confirmou, oficialmente hoje, a suspensão da 60ª. Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina (ExpoLondrina 2020), no Norte do Paraná, em razão da propagação do coronavírus. O evento estava programado para ocorrer entre os dias 9 a 19 de abril. A decisão foi tomada a partir de recomendações do Ministério da Saúde e faz parte de uma série de ações do poder público municipal restritivas aos eventos com aglomeração de pessoas.
No País, outros eventos do agronegócio também foram adiados ou cancelados, como a Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), a principal feira de tecnologia agrícola brasileira, que aconteceria de 27 de abril a 1º de maio, em Ribeirão Preto (SP). Assim como a Tecnoshow Comigo, em Rio Verde (GO), e a Expozebu, em Uberaba (MG).
Hoje, o prefeito de Londrina, Marcelo Belinati, assinou um decreto com várias medidas para conter a disseminação da Covid-19. Ontem, em entrevista coletiva, ele afirmou que a ExpoLondrina, estava cancelada.
Também ontem, a direção da SRP divulgou uma nota em que informou que, nesta terça-feira (17), anunciaria o posicionamento da entidade.
Hoje, em coletiva, o presidente da SRP, Antonio Sampaio, anunciou o cancelamento, desfazendo expectativas de que o evento pudesse acontecer em outra data ainda este ano.
“É muito difícil falar em outra data. Tem que ser muito cuidadoso para não vender ilusão. Uma feira dessa não se monta em dois ou três meses. Para nós é inviável, temos eventos marcados durante todo o ano”, afirmou Sampaio.
Sobre os prejuízos, o presidente da SRP disse não ter números ainda contabilizados. “Não temos esta conta, mas isto não é nossa maior preocupação porque o evento é muito mais que a arrecadação. Vamos sentar e ver qual é o prejuízo”.
Entretanto, Sampaio não deixou de considerar que a suspensão da feira trará um prejuízo gigante para a cidade e região. “Todos precisamos sobreviver, independente de ganhar dinheiro. Porém, não podemos minimizar o impacto de uma coisa dessas na economia da região e do país. Longe de ser o arauto do apocalipse´, expositores já vieram aqui falar que o impacto já está acontecendo. Essa é uma preocupação nossa e pode ter uma consequência pra todos do ponto de vista econômico”, declarou.
Segundo a SRP, a entidade terá um canal de comunicação para conversar com o público e todos os que teriam negócios na feira. O dinheiro recebido com ingressos e vendas de espaços serão devolvidos. Essa logística está sendo desenhada e em breve será anunciada. “Todas as questões práticas serão resolvidas no devido tempo”, acrescentou Sampaio.
Com a suspensão do evento, ele informou que 8 mil empregos temporários deixarão de ser contratados. Os 300 que haviam sido contratados serão dispensados.
O presidente lamentou o que vem ocorrendo no país e no mundo e, em especial “a suspensão de um evento tradicional, que move a economia de uma região; que leva aos pequenos, médios e grandes produtores novos conhecimentos e reciclagem por meio de cursos, palestras, encontros, mas o momento é de muita atenção e responsabilidade”, avaliou o presidente da SRP.
No ano passado, a ExpoLondrina movimentou mais de R$ 615 milhões, inferior ao registrado em 2018, quando a movimentação foi de mais de R$ 684 milhões. O público chegou a quase meio milhão de visitantes.
Agrishow – A organização da Agrishow anunciou, nesta terça-feira (17), o adiamento do evento. A Tecnoshow e a Expozebu também adiaram as suas edições. As três feiras movimentaram R$ 6,5 bilhões em intenções de negócios no ano passado.
