sábado, 07 de setembro de 2024

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Florestas e sua importância para o ciclo do carbono

Tags: árvores, carbono, florestas

Enquanto buscamos respostas e entendimento para as catástrofes ambientais que vivenciamos atualmente, ao redor do mundo, acompanhamos nossa natureza ardendo descontroladamente, com focos de incêndios florestais espalhados. Assim, inicia-se um doloroso processo de asfixia gradual e observamos nosso planeta lutando por ar puro para sobreviver.
De acordo com dados da NASA, agência espacial norte-americana, esse cenário é o pior em termos de emissão de gases do efeito estufa, em quase 18 anos. Segundo levantamento realizado pela Universidade de Oxford, queimadas florestais também têm contribuído com aproximadamente 19% da concentração atmosférica de tais gases.
Juntamente aos incêndios, voltemos nossa atenção para o desmatamento florestal. Entre os impactos inerentes a essa atrocidade, observam-se a perda da biodiversidade e a interferência nos fluxos de emissão de gases atmosféricos. O desmatamento representa um duro golpe junto ao ciclo global de carbono (C), afetando a capacidade da realização de fotossíntese e ocasionando perdas no conteúdo previamente acumulado na matéria orgânica do solo.
Quando preservados adequadamente, sistemas florestais compreendem importantes agentes para mitigação de efeitos inerentes às mudanças climáticas globais, através de seu potencial de regulação de diversos processos.
Nesse sentido, o conceito de sequestro de C ganha uma relevância muito maior do que já representa. O processo refere-se à estabilização em diversas formas, de tal maneira que este não seja perdido para a atmosfera. O sequestro biológico de C compreende sua captura, na forma de CO2 atmosférico, em sistemas terrestres (vegetação, solo e biomassa) e, também, aquáticos (oceanos).
A manutenção de florestas é de fundamental importância, haja vista a atuação de árvores como depuradores ambientais florestais. Cerca de 25% dos gases de efeito estufa emitidos são capturados via fotossíntese. Dessa forma, quaisquer atividades que interfiram negativamente neste funcionamento serão drásticas para o processo como um todo.
Enquanto o sequestro de carbono nas árvores é devido a um processo cíclico e transitório, a decomposição material vegetal (folhas e galhos) deposto no solo auxilia no processo, visto que são geradas mais formas de C estáveis, com período mais longo de permanência no solo. Esta característica advém do fato do C estar associado a reservatórios com diferentes tempos de decomposição, sendo, dessa maneira, mais estável.
Dado que a maior parte do conteúdo de carbono acumulado em sistemas florestais encontra-se no solo, práticas que aumentem o teor de C impactarão positivamente em suas reservas, estimulando o mecanismo de sequestro e originando novos reservatórios.
O processo de sequestro é dinâmico, assim, não é permanente, sendo extremamente sensível às atividades antrópicas. Assim, como na montagem de um quebra-cabeças, todas as peças presentes no processo têm importância, e devem ser bem estudadas e colocadas da maneira correta para que se obtenha o resultado final desejado.

Fonte: Bruno Henrique Martins, docente dos cursos de Química e Agronomia da Unopar Piza, doutor em química analítica inorgânica pela USP, especialista em matéria orgânica do solo

 

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