Ondas de frio não causaram prejuízos no Paraná, mas a estiagem na fase de enchimento de grãos, entre março e maio, afetou a peneira do café. A avaliação faz parte do último Alerta Geada nesta sexta-feira (11). O serviço é oferecido todos os anos pelo IDR-Paraná e Simepar, com apoio da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, Consórcio Pesquisa Café, prefeituras, cooperativas e associações de produtores.
“O inverno ocorreu dentro do esperado na zona cafeeira paranaense”, diz a meteorologista Ângela Beatriz Costa. “Quatro ondas de ar polar chegaram ao Paraná e derrubaram as temperaturas, mas nenhuma com potencial de causar danos aos cafezais. Felizmente para os cafeicultores não foi necessário emitir alerta de geada este ano”, acrescenta a pesquisadora.
Os produtores que amontoaram terra no tronco dos cafeeiros devem retirar, imediatamente, a proteção. Os pesquisadores recomendam que esse procedimento seja feito com as mãos, para evitar danos às plantas.
O economista Paulo Sérgio Franzini, do Deral (Departamento de Economia Rural), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, confirma que as ondas de frio que chegaram ao estado não causaram prejuízos este ano.
“Na média, será uma safra de grãos miúdos, o que diminui a quantidade total da produção”, diz. Mas é esperada uma safra de boa qualidade de bebida, já que praticamente não houve chuvas durante o período de colheita.
A estiagem também causou desfolha em lavouras mais novas, o que pode afetar a produção da safra 2021. “Isso precisa ser confirmado nos próximos levantamentos”, indica Franzini.
Há, no Paraná, 38 mil hectares cultivados com café, sendo 35,5 mil ocupados com lavouras em plena produção. A safra 2020 está praticamente finalizada, e a estimativa é que sejam colhidas 940 mil sacas de café beneficiado. A maior parte das lavouras paranaenses tem em média 8 hectares e é conduzida por pequenos produtores familiares.
Fonte: AEN