O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), lançou nesta quinta-feira (28), em Ponta Grossa (PR), a cultivar de feijão-preto IPR Urutau, com potencial de rendimento, que pode ultrapassar 4,5 toneladas por hectare.
A instituição de pesquisa, já produziu 200 cultivares de diversos produtos agrícolas, em 48 anos de existência, sendo 38 de vários grupos de feijão.
“Essa nova cultivar promete bons resultados porque foi exaustivamente testada no Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul, com média de desempenho excepcional a campo nos testes de pesquisa. Talvez seja a melhor cultivar de feijão que o Iapar já tenha criado”, disse secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara. O presidente do Iapar, Natalino Avance de Souza também participou do lançamento.
A variedade tem ciclo semiprecoce e, em média, chega à colheita em 84 dias após a emergência. Os grãos de IPR Urutau têm alto teor de proteína e são de rápido preparo – cozinham em cerca de 19 minutos.
Destaca-se ainda pelo bom comportamento frente as principais doenças que atingem lavouras de feijão e pelo porte ereto, característica que proporciona mais eficiência na operação de colheita. Foram 12 anos dedicados para o resultado, entre o início do trabalho em laboratório até a fase entrega das sementes para os parceiros multiplicadores.
A cultivar deve colaborar muito na melhora da produção e redução de custos pra os agricultores, além de abastecer a demanda de consumo do Brasil, que pode reduzir a importação de outros países.
A variedade recebeu esse nome para fazer referência à rapidez de desenvolvimento do feijão, já que Urutau é um pássaro ágil. O diretor de pesquisa do Iapar, Rafael Fuentes Llanillo, explica que a nova cultivar supera as melhores variedades de feijão em cerca de 12%. Vania Moda Cirino, especialista em melhoramento genético vegetal do Iapar, também trabalhou no desenvolvimento do novo material.
Segundo o diretor, é fruto de um cruzamento feito em 2006 entre quatro variedades, buscando principalmente o ciclo mais curto e resistência a doenças, além da qualidade para o cozimento. “Existe um sistema de multiplicação dessa semente, onde ela sai da mão do pesquisador e é entregue a parceiros multiplicadores que têm contrato com o Iapar e a Secretaria. Já na safra 19/20 ela estará à disposição dos produtores”, afirmou.